Hélder Rosalino vai liderar a Valora, empresa detida na íntegra pelo Banco de Portugal (BdP) que se dedica à impressão de notas, anunciou esta quarta-feira a instituição liderada por Mário Centeno em comunicado. O antigo administrador já tinha integrado o "board" da Valora entre 2016 e 2023.

Rosalino esteve no centro de uma polémica na semana passada depois de ter sido o nome escolhido pelo Governo de Luís Montenegro para presidir à Secretaria-Geral do Governo. O facto de o antigo administrador do BdP optar pelo salário de origem - como consultor do supervisor - que rondava os 16 mil euros mensais, o que a lei impedia por superar o valor auferido pelo primeiro-ministro, levou o Governo a alterar a legislação em vésperas da nomeação.

Acresce que o BdP indicou que não iria suportar o salário de Hélder Rosalino na Secretaria-Geral do Governo.

O antigo secretário de Estado acabou por desistir de ocupar o cargo.

O Executivo liderado por Montenegro viria a escolher Carlos Costa Neves para o cargo de secretário-geral do Governo.

A nomeação, sublinha o Banco de Portugal, estava prevista desde novembro do ano passado, "sendo retomada após ter sido suspensa na sequência de um convite dirigido a Hélder Rosalino para funções fora do Banco".

"A experiência de Hélder Rosalino como diretor do Departamento de Emissão e Tesouraria do Banco de Portugal e, posteriormente, como administrador com o pelouro desse Departamento e como membro do Conselho de Administração da Valora, cargos que desempenhou durante vários anos, justifica a escolha do Conselho de Administração do Banco de Portugal. A nomeação será confirmada posteriormente em assembleia-geral da Valora".

Adicionalmente, informa o BdP,  foi decidido nomear o administrador com o pelouro do Departamento de Emissão e Tesouraria, Luís Morais Sarmento, como seu representante no Conselho de Administração da Valora, em substituição de Helena Adegas.