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Grupo que contratou Armando Vara quer controlar Cimpor

O grupo que quer controlar a Cimpor tem 73 anos. A Camargo Corrêa é um grupo familiar. E factura mais de oito mil milhões de euros. Em 2010, investiu 1,4 mil milhões para ficar com um pouco menos de um terço da Cimpor

Grupo que contratou Armando Vara quer controlar Cimpor
30 de Março de 2012 às 19:50
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José Edison, presidente da Camargo Cimentos
Em 2010, a Camargo Corrêa adquiriu um pouco menos de 33% da Cimpor por 1,4 mil milhões de euros. O primeiro movimento foi chegar a acordo de compra da participação que a construtora Teixeira Duarte detinha na Cimpor. Pouco depois comprou mais 6,46% da Bipadosa. E com isso ficou a maior accionista, mesmo quando decorria uma OPA sobre a Cimpor lançada pela também brasileira CSN.

Depois de ficar como maior accionista da cimenteira portuguesa, o grupo brasileiro contratou Armando Vara, que se tinha demitido do BCP por ser arguido do caso "Face Oculta". O gestor, ligado ao PS, assumiu a presidência das operações da Camargo para África (Angola e Moçambique).

Agora, a Camargo Corrêa prepara uma OPA sobre a Cimpor, para controlar a cimenteira portuguesa.

A Camargo Corrêa nasceu há 73 anos para o negócio da construção, mas hoje é um dos maiores grupos brasileiros com interesses em várias áreas de negócio. Detém actividades ligadas à engenharia e construção, aos cimentos, às concessões de energia e de transportes, ao calçado, à indústria naval, ao imobiliário e à siderurgia. Aliás, nas concessões, a Camargo foi uma das empresas que reforçou na brasileira CCR quando a Brisa resolveu vender a sua posição.

A Camargo Corrêa tem 61 mil trabalhadores. Em 2010, últimos dados conhecidos, o grupo registou um total de receitas líquidas consolidadas de 17,94 mil milhões de reais (7,37 mil milhões de euros a câmbios actuais), um crescimento de 11% face ao ano anterior. Investiu nesse ano 5,24 mil milhões de reais (2,15 mil milhões de euros), um recorde, em resultado da compra de 32,6% da Cimpor por 1,4 mil milhões de euros, "a maior aquisição da história da empresa", refere o grupo no relatório e contas de 2010.

Considerando a participação proporcional na Cimpor, as receitas em 2010 atingem 19,64 milhões de reais (oito mil milhões de euros".

Em 2010, os lucros alcançaram 1,3 mil milhões de reais (534 milhões de euros).

Na área dos cimentos, mercado onde está há 40 anos, a receita, nesse ano, foi de 2,5 mil milhões de reais (cerca de mil milhões de euros, ao câmbio de hoje), com o EBITDA a atingir 616 milhões de reais (253 milhões de euros).

Os negócios da Camargo

Os cimentos, concessões de energia, concessões rodoviárias e construção são os que concentram o maior volume de capital empregue e que respondem pela maior parte da receita do grupo. O grupo tem, ainda, participação em negócios de calçados, meio ambiente e siderurgia e diz ter em desenvolvimento, alinhado com a estratégia de longo prazo do país, negócios de incorporação imobiliária, naval e operações aeroportuárias. Adicionalmente, há negócios e investimentos ligados à agropecuária, aviação e indústria têxtil.

Cimento

A Camargo Corrêa Cimentos participa do mercado brasileiro de cimento e concreto com a marca Cauê. Na Argentina, as operações de cimento são conduzidas pela controlada Loma Negra. Em 2010, a Companhia tornou-se ascionista da Cimpor.

Concessões de Energia

Detém participação no núcleo de controlo da Companhia Paulista de Força e Luz - CPFL Energia, que actua em produção, distribuição e comercialização de energia eléctrica.

Concessões Rodoviárias

A Camargo Corrêa Investimentos em Infraestrutura - CCII, participa no controlo da Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR).

Engenharia e Construção

A Construções e Comércio Camargo Corrêa - CCCC, actua em construção, projectos e gestão de obras de infra-estrutura e industriais. Está presente também em outros países na América do Sul e África.

Calçados

A São Paulo Alpargatas actua nos segmentos de calçados e artigos desportivos, com as marcas Havaianas, Topper, Rainha, Mizuno, Timberland e Dupé. Tem fábricas no Brasil e Argentina.

Siderurgia

Participa no grupo de controlo da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais - Usiminas, maior produtora de aços planos do país, e também produtora de minério de ferro, através de sua subsidiária MUSA – Mineração Usiminas.

Incorporação imobiliária

A Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário - CCDI actua na venda de imóveis residenciais e comerciais e controla a HM Engenharia, que é focada no segmento de baixa renda.

Naval

Participa do núcleo de controlo do Estaleiro Atlântico Sul - EAS, em Suape, no Estado de Pernambuco.

Operações aeroportuárias

Operações, investimentos e administração aeroportuárias na América Latina e no Caribe, por meio da controlada A-Port.
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