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Grupo Altice vai afastar fornecedores visados na Operação Picoas até ao final do ano

A Altice International e a Altice France já foram substituindo parte dos fornecedores visados na investigação e contam ter "completado o plano de transição na totalidade até ao final de 2023". Grupo vai melhorar também os canais de denúncia interna.

Patrick Drahi, fundador da Altice, tenta vender parte do negócio.
Philippe Wojazer/Reuters
16 de Novembro de 2023 às 14:43
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O grupo Altice vai suspender todos os fornecedores considerados suspeitos na sequência da Operação Picoas. A decisão surge depois de o grupo ter aberto uma investigação interna após ter sido detido o cofundador português Armando Pereira e vários colaboradores, incluindo executivos, terem sido suspensos.

"A Altice International e a Altice France decidiram imediatamente afastar-se de todos os fornecedores potencialmente implicados na investigação das autoridades portuguesas", indica o grupo liderado por Patrick Drahi, num comunicado enviado às redações, com as "conclusões preliminares" da investigação interna.

O grupo dá conta que, tanto a Altice International como a Altice France, já foram substituindo parte dos fornecedores visados na investigação e contam ter "completado o plano de transição na totalidade até ao final de 2023". Esses fornecedores representavam "menos de 6% da despesa total da Altice International (sobretudo em Portugal)" e "menos de 2% da despesa total da Altice France".

Em agosto, foi noticiado que a Altice estava ainda a fazer encomendas e pagamentos a empresas investigadas no âmbito da Operação Picoas, apesar de ter anunciado a suspensão dos negócios com os fornecedores envolvidos no esquema fraudulento alegadamente montado por Armando Pereira e Hernâni Vaz Antunes.

O grupo Altice refere também que a investigação interna que realizou na sequência da Operação Picoas, que levou a cerca de 90 buscas em vários pontos do país e resultou em detenções como a de Armando Pereira, está "substancialmente concluída" e "não é expectável um impacto material nas contas da Altice International e da Altice France".

Com o objetivo de evitar novos casos, a Altice International e a Altice France "iniciaram proativamente ações para melhorar e fortalecer vários processos, políticas e procedimentos de controlo interno para prevenir, detetar e mitigar eficazmente o risco de qualquer possível má conduta individual futura" e nomearam consultores externos para apoiá-los na implementação dessas ações.

"Os procedimentos de denúncia serão melhorados e tornados ainda mais acessíveis para permitir que todos os funcionários e outras partes relevantes se sintam confortáveis ao utilizar os vários canais de denúncia", indica. Será dada ênfase a conflitos de interesses, aquisições, "due diligence" de terceiros e transações imobiliárias.

Nos casos de aquisição, a Altice definiu que "cada empresa operacional será responsável pelas suas próprias ordens de compra, independentemente das outras entidades operacionais", e será criado um comité de coordenação para "permitir que as entidades operacionais continuem a beneficiar de economias de escala".
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