O Crédit Agricole voltou a ser fortemente penalizado pela Grécia. O país foi o principal responsável para que o lucro do banco francês tenha descido cerca de 75% e ficado abaixo do previsto pelos analistas no primeiro trimestre.

O resultado líquido do terceiro maior banco da França por capitalização bolsista ficou-se pelos 252 milhões de euros nos primeiros três meses de 2012, o que compara com um lucro de mil milhões de euros no período homólogo, segundo a agência Bloomberg.

O lucro de 252 milhões de euros, hoje divulgado pelo banco accionista do BES, fica abaixo da previsão média de 623 milhões de euros, da Reuters, e de 482 milhões de euros, da Bloomberg.

A justificar o comportamento esteve o reconhecimento de um prejuízo líquido de 940 milhões de euros com a Emporiki Bank of Greece, a unidade grega do banco francês, contabilizando aqui, também, imparidades após o perdão da dívida na Grécia.

A dívida grega tem penalizado os resultados do Crédit Agricole, tendo até levado ao primeiro prejuízo anual no ano passado.

"O Crédit Agricole continua a sofrer por causa da Grécia", comentou à Bloomberg a analista Valerie Cazaban, gestora de fundos da Stratege Finance.

As receitas do subiram 2,3% para 5,43 mil milhões de euros, sendo que, neste aspecto, a Reuters salienta que superaram o esperado pelos economistas.

O banco, que está, tal como os restantes pares da França, sob uma reestruturação do negócio para cumprir as metas exigidas pela autoridade bancária, despediu 2.350 postos de trabalho em todo o mundo no final do ano passado.

Em bolsa, o banco liderado por Jean-Paul Chifflet tem sido castigado e, na quarta-feira, chegou mesmo a um mínimo histórico, quando tocou nos 3,253 euros. Hoje, depois da apresentação de resultados, o banco desliza 2% para 3,426 euros.

(Correcção: elimina referência ao Crédito Agrícola)