O Governo está a desenvolver estudos para a construção de pelo menos três novas grandes barragens hidroeléctricas, além da do Baixo Sabor. O objectivo do Executivo é aumentar a actual capacidade instalada de 4.800 MW hídricos, para cerca de 7 mil MW em 2020.

O primeiro passo a ser dado para alcançar esta meta vai ser no reforço de três barragens já em exploração e que até 2010 vão permitir reforçar a capacidade para 5.575 MW.

As intenções de reforço vão ser feitas nas barragens da Bemposta, Picoito e Alqueva, sendo que o objectivo é duplicar a capacidade desta última.

"As novas barragens não são uma decisão que se possa tomar de ânimo leve, mas já estão a ser feitos estudos sobre a localização pelo INAG – Instituto Nacional da Água e podemos garantir que todos os novos empreendimentos hidroeléctricos feitos em Portugal, serão construídos respeitando os interesses do ambiente", afirmou Nunes Correia aos jornalistas, à margem do encontro sobre energia e alterações climáticas, organizado pelo Ministério da Economia.

Escusando-se a antecipar as futuras localizações, o ministro do Ambiente assegurou que "pelo menos três grandes barragens vão ser construídas em Portugal, além da do Baixo Sabor".

Sobre este projecto, o governante diz que continua a aguardar uma posição de Bruxelas, que deve chegar até ao Verão", estando no entanto convencido que " as medidas de mitigação de impacto ambiental propostos pelo promotor [EDP] serão suficientes para convencer Bruxelas".

Neste momento, " a nossa grande prioridade no domínio hídrico é o reforço das barragens já existentes".

Nunes Correia diz estar "sossegado" quanto a um desfecho favorável em relação ao Baixo Sabor, até porque "ainda há duas semanas enviamos mais informação para Bruxelas, com quem estamos em diálogo permanente".

Actualmente, Portugal aproveita apenas 46% do potencial hídrico, sendo que o objectivo do Governo é chegar aos 67% em 2020 e aos 54% já em 2010.

Será sobretudo através destes investimentos nas hídricas que será possível a Portugal alcançar a meta de que a produção eléctrica em Portugal, seja em 45% conseguida através de fontes renováveis. Esta meta foi anunciada esta semana pelo primeiro-ministro no Parlamento, sendo que o anterior objectivo era de 39% para 2010.

Esta estratégia do governo vem dar resposta às reclamações dos operadores eléctricos, nomeadamente da EDP.