Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Governo afasta gestores públicos ligados aos swaps

O Governo concluiu a avaliação das responsabilidades nos swaps contratados pelas empresas públicas e afastou todos os executivos envolvidos, avança o semanário “Expresso”.

Negócios 31 de Maio de 2013 às 19:09
  • 93
  • ...

"Presidentes executivos, administradores e gestores financeiros das empresas públicas de transportes, Metro de Lisboa e do Porto, Carris, STCP, CP e EGREP - Entidade Gestora de Reservas de Produtos Petrolíferos envolvidos na contratação de swaps tóxicos, foram hoje afastados dos seus cargos pelo Governo", pode ler-se na notícia avançada pelo semanário na sua edição online.

 

Nesta lista constam os nomes do presidente da Carris e do Metro de Lisboa, Silva Rodrigues, e o presidente da Egrep, João Pedro Costa do Vale Teixeira, avança o “Público”.

 

De fora ficou a equipa de gestão da Transtejo, que também realizou contratos de swaps mas que foram considerados não tóxicos.

 

Na primeira e segunda semana de Maio, o Governo reuniu-se com as equipas de gestão das seis empresas públicas que subscreveram swaps considerados especulativos.

 

A Egrep foi a primeira a ser recebida, à qual se seguiram as empresas públicas de transportes. Artur Trindade, secretário de Estado da Energia, no primeiro caso e Sérgio Monteiro, secretário de Estado dos Transportes, no segundo, acompanharam Maria Luís Albuquerque nestes encontros. 

 
Perdas nos "swaps" atingiram 2.840 milhões no final de 2012

No final do ano passado as perdas potenciais com instrumentos de cobertura do risco de taxas de juro, nas empresas públicas, chegaram aos 2.840 milhões de euros. Um agravamento de 183,2 milhões nos últimos três meses de 2012. Esta é a fotografia oficial mais actualizada da "caso dos 'swaps'".

 

De acordo com o relatório da Direcção Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), relativo ao quarto trimestre de 2012, "a evolução em sentido descendente das taxas de juro [euribor], associada mais recentemente a uma elevada volatilidade, continua a afectar negativamente o valor de mercado dos instrumentos de gestão de risco financeiro (IGRF)". O que explica o aumento do valor de mercado negativo desta ferramenta de cobertura de risco de taxas de juro dos 2.657 milhões de euros observados em Setembro de 2012 para os 2.840 milhões, três meses depois.

 

A DGTF destaca a contribuição do Metro de Lisboa e do Metro do Porto para este agravamento, representando estas duas empresas "cerca de 90% da variação total ocorrida no quarto trimestre". Uma referência ao aumento das perdas potenciais em 109,2 milhões de euros no metropolitano lisboeta e de 57,2 milhões no portuense.

 

O relatório salienta ainda o caso da EGREP, cujo único IGRF contratado assumia, a 31 de Dezembro de 2012, "um justo valor negativo de 50,7% do endividamento remunerado", isto é, a cobertura do risco de taxa de juro de um endividamento de 366,5 milhões de euros desta empresa apresentava uma perda potencial de 185,7 milhões de euros no final do ano passado, uma deterioração de 11,2 milhões em relação aos valores de Setembro.

 

Outro dos destaques do documento é a Refer, que "apesar do elevado montante de operações contratadas [seis, no valor contratual de 1.450 milhões de euros], apresenta um MtM [valor de mercado] bastante favorável, ainda que negativo [-28,7 milhões de euros]". A Refer é a empresa onde a actual secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, exerceu funções de directora financeira, entre 2001 e 2007.

 

Entre as empresas que apresentam perdas potenciais mais elevadas encontram-se também a CP (-135,1 milhões de euros), a Carris (-120,1 milhões) e a STCP (-112,9 milhões).

(Notícia actualizada às 21h27)

Ver comentários
Saber mais swaps gestores públicos
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio