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Governo quer capital estrangeiro a criar emprego e riqueza em Portugal

Augusto Santos Silva decretou o fim da procura internacional por activos portugueses a baixo custo. No âmbito do Exportar Online, o ministro prometeu apoios específicos para o comércio electrónico até ao final de 2018.

Ricardo Castelo
21 de Maio de 2018 às 11:13
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Criar "novas empresas, novas unidades produtivas, emprego e riqueza". É isto que os investidores estrangeiros devem vir fazer para Portugal, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros, que esta segunda-feira, 21 de Maio, decretou o fim de uma era, que abrangeu também as privatizações, em que os compradores internacionais só vinham em busca de empresas baratas.

 

"Precisamos agora de mais investimento produtivo. (…) Houve uma fase, já concluída, em que muitos activos nacionais estiveram à disposição em condições competitivas [em termos de preço] e foram adquiridos por capital estrangeiro. Agora esse capital deve servir para criar novos projectos e emprego em Portugal", declarou Augusto Santos Silva, dando o exemplo de alguns centros de competências e de serviços partilhados que abriram no país.

 

Destacando o aumento do investimento directo estrangeiro (IDE), mas também dos investimentos de empresas portuguesas nos mercados externos, o chefe da diplomacia portuguesa lembrou que o peso das exportações do PIB ultrapassou a barreira dos 43% em 2017 e que a economia nacional tem de manter a balança comercial positiva, que apontou como "uma das aquisições mais importantes do país nos últimos cinco a seis anos".

 

"Temos de continuar a aumentar as exportações e a sua parte no PIB, com meta de ultrapassar os 50% do PIB na próxima década. Precisamos de mais empresas a exportar, designadamente PME. Precisamos que as exportadoras se tornem menos dependentes de um só mercado e que estão muito sujeitas às oscilações naturais desse mercado. E precisamos também de consolidar o mercado europeu, que vale mais de três quartos das exportações, e diversificar os mercados extracomunitários", resumiu.

 

Aproveitar os acordos comerciais de investimento que a União Europeia concluiu ou está em fase de conclusão deve ser outra prioridade para a economia portuguesa. Foi o caso dos entendimentos fechados já com o Canadá ou com o Japão; e também dos que estão em vias de ficarem prontos, dando o exemplo dos acordos com o México ou com o Mercosul. "Temos de aproveitar as avenidas que a conclusão desses acordos vão abrindo", sustentou.

 

Incentivos financeiros até ao final de 2018

 

Na abertura da conferência Exporta Online, organizada pela AICEP em Matosinhos para apresentar um novo pacote de apoios para o comércio electrónico, Augusto Santos Silva frisou que "há no comércio digital uma nova e enorme oportunidade para aumentar as empresas exportadoras, o volume das exportações, o número dos mercados a que chegam e multiplicar o número de canais de acesso de que dispõem para chegar aos consumidores".

 

Entre os eixos deste programa está o desenho de um quadro de incentivos às empresas para que possam "aderir e participar com alguns recursos" no comércio electrónico. No âmbito do programa Compete 2020, o Governo promete lançar até ao final de 2018 um "aviso específico para incentivos financeiros às empresas que queiram progredir na sua integração no comércio digital", que não está ainda balizado nem quantificado.

 

Na apresentação do Exportar Online, o presidente da AICEP alertou que "brevemente as fronteiras entre comércio tradicional e electrónico tenderão a esbater-se", citando estudos que mostram que o comércio electrónico vai triplicar até 2021, passando para 900 mil milhões de dólares, e que o crescimento transfronteiriço vai ser duas vezes superior ao que é realizado dentro dos países. EUA, Reino Unido e China vão ser dominantes, com 60% da oferta e 30% da procura no e-commerce.

 

Com apenas 27% das empresas portuguesas a fazerem negócio através da Internet, segundo mostram dados da ACEPI, Luís Castro Henriques pretende que a agência pública seja "um agente catalisador desta oportunidade" para as empresas, elencando como as maiores vantagens a redução dos custos operacionais e as menores barreiras ao comércio, a par da chegada a novos mercados, a mais e maiores clientes e a plataformas em que as oportunidades estão abertas 24h por dia.

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