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AICEP lança pacote de apoios para comércio electrónico

Chama-se Exportar Online e é o novo programa da agência pública para as empresas, abrangendo serviços para a internacionalização digital, incluindo informação, capacitação, consultoria e acesso a financiamento.

21 de Maio de 2018 às 09:29
O investimento global no novo terminal de passageiros do Porto de Leixões ultrapassou os 50 milhões de euros, financiados em 51% por fundos comunitários e os restantes pela Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), com financiamento do Banco Europeu de Investimento.
A conferência Exportar Online realiza-se a 21 de Maio no novo terminal de cruzeiros do porto de Leixões, em Matosinhos. Paulo Duarte/Negócios
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Aumentar as exportações e o número de empresas que utilizam o comércio electrónico (e-commerce) como ferramenta de internacionalização, promover o conhecimento sobre estas plataformas digitais e a visibilidade da oferta portuguesa nos canais online. Estes são os grandes objectivos do programa Exportar Online, apresentado esta segunda-feira, 21 de Maio, durante uma conferência no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, em Matosinhos, onde marcam presença vários especialistas de topo nestas áreas.

Segundo adiantou ao Negócios o administrador executivo, João Dias, os novos serviços da AICEP para apoiar a internacionalização das empresas portuguesas nesta área do e-commerce passam, desde logo, por disponibilizar informação detalhada sobre os principais mercados consumidores de um conjunto de produtos e serviços no online, incluindo regulamentar. Para despertar o interesse e afinar a abordagem, a agência está a realizar vários "roadshows" pelo país, que já passaram por Lisboa, Viseu e Leiria.

Capacitar as empresas para enfrentarem este desafio é outra abordagem, mais prática, que prevê "workshops" e cursos avançados sobre temáticas relevantes, desde a escolha do "marketplace" mais adequado ao negócio - uma espécie de feira virtual, sendo a Amazon, eBay ou Alibaba as mais conhecidas - até aos desafios nos pagamentos e logística. A AICEP promete ainda consultoria customizada às empresas, com diagnóstico sobre o grau de maturidade, desenho dos passos para a internacionalização digital, acompanhamento da execução e eventuais ajustes nesse plano.

Finalmente, um quarto serviço está focado em guiar as empresas nas candidaturas aos sistemas de incentivos que, à imagem do que sucede com as acções de promoção físicas no estrangeiro, também cobrem algumas despesas com acções nas plataformas digitais. Com a vantagem de estas "feiras", onde a AICEP quer "estimular a presença das empresas para dar visibilidade à oferta nacional", estarem abertas 24h por dia e 365 dias por ano, podendo atingir consumidores e agentes de todo o mundo e de uma só vez.

À medida das PME

O administrador executivo frisou que "as PME portuguesas não podem ficar arredadas deste movimento porque a fatia de negócio está a crescer". "É uma grande oportunidade para aumentarem as exportações e diversificarem mercados porque os custos de abordar vários países com presença física, redes de distribuição, importadores e distribuidores são muito mais elevados do que estar numa plataforma online, em que há muito menos barreiras à entrada", acrescentou João Dias.

Falando no surgimento de "uma nova AICEP dentro da AICEP para ajudar as empresas a internacionalizarem-se pela via digital", o dirigente destacou a formação de uma equipa de gestores de clientes, que estarão especializados no canal online. O presidente da agência pública concordou que as PME nacionais ainda "estão a aproveitar muito pouco esta oportunidade" que "exige conhecimento e preparação", avançando nesta fase com o programa Exportar Online por ser agora um tema "incontornável e de relevo".

Sem querer traçar metas para a subida das exportações no e-commerce - "estamos, para já, a aumentar o apetite por este canal e depois veremos onde podemos chegar" -, Luís Castro Henriques fez a ligação à outra missão da agência. "Ao atrair investimento estrangeiro neste segmento também se formam pessoas que podem ser relevantes para as nossas empresas. Por outro lado, a maior presença nacional nos 'marketplaces' também vai aumentar o interesse dessas empresas digitais em vir para cá", detalhou o líder da AICEP.