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Fusões na banca nacional podem aumentar lucros anuais até 18%
A Morgan Stanley, através do estudo das sinergias criadas pelas compras do Totta e do BNC por bancos espanhóis, calcula que uma fusão do BCP, do BES ou do BPI com um banco estrangeiro terá um impacto de 11% a 18% nos lucros anuais. A casa considera que a
A Morgan Stanley, através do estudo das sinergias criadas pelas compras do Totta e do BNC por bancos espanhóis, calcula que uma fusão do BCP, do BES ou do BPI com um banco estrangeiro terá um impacto de 11% a 18% nos lucros anuais. A casa considera que a banca nacional paga muito para se financiar, sendo o BPI o mais beneficiado por potencias movimentos de consolidação.
Num estudo sobre a banca portuguesa, a Morgan Stanley diz que o número de candidatos que se apresentou às compras do Banco Saragozano e do Banco Atlàntico indica que existe «muito interesse» por parte da banca europeia em movimentos de consolidações além-fronteira.
Em Portugal, «acreditamos que existe um apetite para movimentos de consolidação, mas por razões diversas», defende o analista Pablo Beldarrain que cita as desvantagens da banca portuguesa que paga mais para se financiar, devido à baixa liquidez do sistema bancário, à elevada dependência dos depósitos dos clientes e ao dispendioso custos do financiamento no mercado grossista.
Perante sinais de retoma económica, as operações de consolidação na banca nacional deverão intensificar-se, segundo a Morgan Stanley que não acredita que o BCP, BES e BCP surjam como compradores, devido à dimensão e constrangimentos de capital, mas sim como alvos de aquisição.
BNC e Totta beneficiaram da fusão com a banca espanhola
Para aferir o impacto de movimentos de consolidação no sector da banca nacional, a Morgan Stanley estudou as sinergias criadas pela compra do Banco Nacional de Crédito Imobiliário (BNC) pelo Banco Popular e pela aquisição do Totta pelo Santander.
Depois de integrado no Popular, o BNC «conseguiu reduzir a exposição aos depósitos a prazo, substituindo ainda todo o financiamento no mercado grossista pelo financiamento interbancário que vem directamente de Madrid».
Com esta alteração, Pablo Beldarrain calcula um impacto na margem de intermediação financeira de 30 milhões de euros por ano, ou seja, 20 milhões de euros nos lucros antes dos impostos.
No caso do Totta, o analista calcula que a margem de negócio (rácio entre a margem de intermediação financeira mais as comissões sobre a soma dos activos e passivos devidos aos clientes), após a fusão, queda-se em 2,3%, contra 1,8% da banca nacional, apesar do perfil de negócio do Totta ser semelhante ao do BPI.
Lucros do Banco BPI serão os mais beneficiados
O valor das sinergias cridas em Portugal, através da redução dos custos de financiamento dos bancos, de acordo com a Morgan Stanley, terá um impacto positivo de 30 pontos base nos depósitos a prazo e noutras fontes de financiamento junto a clientes, e de 20 pontos base no financiamento no mercado grossista.
Esta análise é válida para o BCP e para o BES que viriam assim os seus lucros anuais aumentarem 11,4% (56 milhões de euros) e 15,6% (91 milhões de euros), respectivamente.
O banco liderado por Fernando Ulrich, pela sua menor dimensão e consequente maior custo de financiamento grossista, será o mais beneficiado se for absorvido por um banco de maior dimensão. Este cenário teria um impacto de 17,8% nos lucros anuais do banco, correspondentes a 45 milhões de euros.
As acções do BPI [BPIN] subiam 0,67% para 3 euros, o BCP [BCP] recuava 1,06% para 1,87 euros e o BES [BESNN] escorregava 0,44% a marcar 13,44 euros.