A Ferroatlántica, uma empresa detida em partes iguais pelo Grupo Villar Mir e pela alemã EnBW, garantiu 59,66% da Hidrocantábrico na oferta pública de aquisição (OPA) lançada sobre a companhia espanhola, com a EDP/Cajastur a adquirirem 19,2%, aumentando a sua posição para quase 35%, revelou hoje a Comissão Nacional del Mercado de Valores (CNMV) espanhola.

A CNMV, entidade reguladora do mercado de capitais espanhol, anunciou hoje em comunicado que a OPA da Ferroatlántica garantiu um total de «67.537.567 acções, o que representa 59,66% das acções a que se dirigiu a oferta», com idêntica posição em termos de direitos de voto.

De acordo com a mesma fonte, a EDP e a Cajastur adquiriram, através da sua oferta, 19,2% das acções da quarta eléctrica espanhola, o equivalente a 21.739.392 títulos, ou 22,59% das acções que foram alvo desta oferta.

À posição do consórcio constituído pela empresa portuguesa, terá de acrescentar-se ainda os 15% detidos directa e indirectamente pela instituição financeira espanhola, o que perfaz os cerca de 35%.

Os resultados finais hoje divulgados foram em linha com as estimativas preliminares divulgadas ontem pela CNMV.

A participação garantida pela EDP no capital da eléctrica asturiana corresponde à posição anteriormente detida pela norte-americana TXU, que assinou um acordo com o consórcio liderado pela eléctrica nacional.

Dado a oferta da Ferroatlántica, ao preço de 27,30 euros (5.473 escudos), ser superior à proposta da empresa nacional, que se situava nos 24 euros (4.811 escudos) por acção, os restantes accionistas que quiseram vender as suas participações na empresa espanhola, preferiram a OPA da Ferroatlántica.

Os accionistas que não venderam em nenhuma das OPA são, na sua maioria, administradores da companhia eléctrica, detendo uma posição conjunta de cerca de 5% da empresa.

Os dois novos accionistas da empresa deverão negociar a partir de agora qual o futuro da empresa. Os estatutos da Hidrocantábrico impedem que sejam exercidos os direitos de voto sobre mais de 10% do capital, sendo necessária uma maioria de 75% dos votos em assembleia geral (AG) para ultrapassar esta regra, pelo que a posição da EDP pode funcionar como uma força de bloqueio.

Às 15h55 a EDP cotava nos 3,23 euros (647 escudos), a ganhar 0,94%, em Lisboa, enquanto a Hidrocantábrico recuava 4,39% para os 24,85 euros (4.981 escudos), em Madrid.