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Eurodeputados pedem esclarecimentos à Amazon
Os deputados do Parlamento Europeu escreveram uma carta ao CEO da Amazon, Jeff Bezos, com o intuito de compreenderem se a empresa está a contratar “agentes de inteligência” para espiar políticos, sindicalistas e membros do seu staff.
Redigida por Leïla Chaibi, do partido La France Insoumise, a carta foi assinada por 36 deputados do Parlamento Europeu. No documento, os eurodeputados questionam a Amazon quanto às suas intenções e revelam as suas preocupações.
Nesta manifestação escrita é expressa a preocupação dos seus subscritores, enquanto representantes europeus nacionais e locais. Assusta-os o facto de a Amazon procurar "reprimir a acção coletiva e a organização sindical", como é salientado no documento.
2/ On my side, 36 MEPs from across the EU are worried about whether trade unions, as well as local, national or European elected representatives, are concerned by this approach of "monitoring threats", which aims to suppress the collective action and union organization. pic.twitter.com/BVN1yz4nOo
— Leïla Chaibi (@leilachaibi) October 7, 2020
Esta carta surge depois de a tecnológica norte-americana ter eliminado duas propostas de emprego para "analistas de inteligência" fluentes em espanhol e francês. Na descrição da oferta eram mencionadas diversas tarefas, entre elas a supervisão e relato de várias ameaças internas e externas à Amazon.
Os analistas, caso fossem contratados, seriam encarregados de reunir informações acerca de temas altamente confidenciais, atividades ligadas a "campanhas corporativas (internas e externas) contra a Amazon", briefings sobre "situações dinâmicas" e outros tópicos "sensíveis aos recursos humanos e às relações com os funcionários".
Os cargos destinavam-se a candidatos com formação em direito ou experiência militar e as contratações fariam parte do Programa de Inteligência Global da Operação de Segurança Global da Amazon.
Em resposta a esta polémica, um porta-voz da Amazon disse à CNBC que "o cargo não teve uma descrição precisa - foi cometido um erro que foi corrigido".
A empresa apontou ainda que não quer que os seus funcionários espiem terceiros, mas sim que analisem as informações disponíveis publicamente e entendam o ambiente em que atuam.