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EUA anunciam aumento no imposto sobre aviões da Airbus

Os EUA anunciaram que vão aumentar os impostos aos aviões da Airbus importados da Europa.

Reuters
15 de Fevereiro de 2020 às 14:38
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Os Estados Unidos anunciaram na sexta-feira à noite que aumentariam os impostos alfandegários em 15% sobre os aviões da Airbus importados da Europa e a empresa já declarou que lamenta a decisão tomada pelos norte-americanos.

O fabricante europeu de aeronaves reagiu hoje à decisão dos Estados Unidos e "lamenta profundamente" que esta tenha sido a decisão do Governo norte-americano.

Para a Airbus, esta decisão "cria mais instabilidade para as companhias aéreas norte-americanas, que já sofrem com a falta de aeronaves", nomeadamente após a proibição dos voos com o avião 737 MAX, do seu concorrente Boeing.

"Tomámos nota do anúncio dos Estados Unidos", disse uma porta-voz do Ministério da Economia alemão, contactada pela agência de notícias AFP.

"Nossa posição básica é clara: rejeitamos qualquer aumento unilateral nos impostos alfandegários, que são prejudiciais a todos, inclusive aos Estados Unidos", declarou a porta-voz.

Os ministros europeus, que têm várias reuniões agendadas para segunda-feira em Bruxelas, podem aproveitar a oportunidade para expressar uma posição comum sobre o assunto.

Desde outubro, em retaliação aos subsídios fornecidos ao fabricante europeu de aeronaves Airbus, o Governo dos Estados Unidos impôs tarifas punitivas de 7,5 mil milhões de dólares (6,8 mil milhões de euros) por ano a produtos importados da Europa (incluindo vinho, queijo, café, azeitonas e anoraques) entre 10% (aeronáutica) e 25% (agricultura).

Até agora, os aviões estavam a ser tributados em 10%.

A taxas de importação de 15% começarão a partir de 18 de março.

A Organização Mundial do Comércio autorizou os Estados Unidos a aplicar represálias em outubro, mas uma decisão semelhante é esperada para a União Europeia (UE) na primavera.

Em causa está a disputa de quase 15 anos entre a UE e os Estados Unidos relativa aos apoios públicos às respetivas fabricantes aeronáuticas, Airbus (francesa) e Boeing (norte-americana), com a OMC a adotar decisões que, umas vezes, são favoráveis à União, outras à administração norte-americana.

A totalidade dos 28 países da UE será afetada pela medida da administração do Presidente Donald Trump, incluindo, naturalmente, Portugal, que vê a área dos laticínios particularmente visada na lista do Departamento de Comércio norte-americano.

Na lista de países afetados pelas taxas, que inclui, então, Portugal, são visados produtos como leite, queijos, iogurtes e manteigas (tal como vários derivados e preparados com estes laticínios) em 25%.

Também a carne de porco (incluindo derivados e produtos preservados, como presunto), ameijoas (em recipientes herméticos e conservadas), berbigões e moluscos vários serão alvo de tarifas adicionais de 25%.

Finalmente, na área das frutas, Portugal pertence ao grupo de países que verá vários produtos com taxas aumentadas em 25%, como citrinos (laranjas, limões, tangerinas, clementinas, frescas ou desidratadas), cerejas (secas), peras (secas ou desidratadas).
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