O BPI considera as notícias de que a Galp Energia terá considerado o lançamento de uma OPA sobre a EDP de "muito especulativas". No entanto, o banco de investimento salienta que estas notícias vêm realçar o facto de a estrutura accionista da EDP ainda não ser muito estável.

O semanário "Expresso" avançou na sua edição deste fim-de-semana que a Galp terá considerado avançar para a compra da eléctrica liderada por António Mexia, operação que terá sido bloqueada pelo executivo, dado que os principais accionistas da petrolífera não são portugueses e que a UE poderia opor-se à fusão.

Para os analistas Enrique Manrique e Laura Alonso estas são "notícias muito especulativas", acrescentando que, "na nossa opinião, mesmo que a operação tenha sido analisada pela Galp, deveria contar com a oposição da União Europeia, que em tempos recusou o acordo da EDP com a Gás de Portugal, que poderia forçar a Galp a vender uma quantidade significativa de activos".

O banco de investimento recorda que a "chave" é a "posição do Governo português" neste negócio. "Se não for aceite pelo executivo, como refere a imprensa, a OPA é impossível dada a posição do Estado na Galp e o seu poder de veto".

De qualquer das formas, para o BPI estas notícias realçam um aspecto muito importante que é o de que a "estrutura accionista da EDP ainda não ser muito estável", factor que "poderá ser motivo de preocupação dadas as movimentações verificadas no sector, no mercado espanhol".

O banco manteve inalteradas as recomendações de "acumular" para a Galp e de "manter" para a EDP, bem como os "targets" de 4 euros para a eléctrica e de 7,55 euros para a petrolífera.

Na sessão de hoje os títulos da EDP [edp] seguem a valorizar 0,73% para 4,15 euros, enquanto a Galp Energia [galp pl] soma 0,13% para transaccionar nos 7,49 euros.