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Espanhola Pefaco compra nove bingos em Portugal

O grupo espanhol Pefaco vai tomar conta do jogo do bingo em Portugal, tendo fechado a operação de tomada da concessão de nove das 16 salas existentes no País, incluindo as do Benfica, Belenenses, Boavista, Setúbal e Académica de Coimbra. Só falta a luz verde da Autoridade da Concorrência.

Bruno Colaço/Correio da Manhã
26 de Novembro de 2014 às 08:22
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O negócio do bingo em Portugal vai passar a ser comandado pelo grupo espanhol Pefaco, com sede em Barcelona, que explora cerca de 400 salas de jogo e está presente em quase um milhar de bares em mais de 80 cidades de oito países.

 

Dos 16 bingos existentes em Portugal, a Pefaco conseguiu firmar as concessões de nove salas - as do Benfica, Belenenses, Boavista, Setúbal, Académica de Coimbra, Almada, Nazaré, Odivelas e Olhão, tendo já notificado a operação à Autoridade da Concorrência.

 

Tendo em conta o mapa de bingos publicado no sítio online do Turismo de Portugal, de fora do domínio da Pefaco ficam os bingos do Salgueiros, Atlético, Amora, Amadora, Panda e Koala (estes dois últimos são explorados pelo grupo Saviotti), a que acresce o do casino de Espinho, o único do País que tem bingo.

 

A maioria das salas exploradas por clubes desportivos há muito tempo que deixou de dar lucros. A da Académica de Coimbra, por exemplo, deu um prejuízo de 40 mil euros no ano passado. Para evitar a acumulação de défices e o encerramento da sala, o que implicaria o despedimento de 18 trabalhadores, o clube decidiu ceder a concessão de exploração do jogo do bingo à Pefaco.

 

Segundo o vice-presidente do clube, Maria José Vicente, o contrato com o grupo espanhol pode render, no mínimo, 15 mil euros mensais à Académica, num total da ordem dos 180 mil euros anuais. Ainda de acordo com este dirigente da "Briosa", a Pefaco está disponível para investir na sala de bingo da Académica entre 700 mil a um milhão de euros.

 

Negócio em queda há 12 anos consecutivos 

 

O negócio do bingo tem vindo a definhar em Portugal, a um ritmo estonteante, desde 2002, ano em que o sector atingiu o pico de 128 milhões de euros de facturação. Desde então, tem sido sempre a descer.

 

No ano passado, pelo 11º exercício consecutivo, os bingos portugueses fecharam a caixa de receitas em baixa: geraram vendas agregadas de 44,9 milhões de euros, menos 3,8 milhões do que no ano anterior. E este ano deverá fechar as contas novamente em queda.

 

No mesmo espaço de tempo, o sector perdeu cerca de metade dos seus espaços. Em 2002 existiam 31 salas espalhadas em todo o território nacional - já foram 44, em 1990.

 

A crise económica, os prémios reduzidos, a concorrência diversificada e mais atraente, a que acresce o fenómeno do jogo online, colocaram o negócio do bingo à beira da morte. Resta saber se a entrada de leão da espanhola Pefaco vai voltar a fazer rugir um jogo que, nascido em Itália, a partir do loto, no século XVI, se encontra actualmente moribundo em Portugal.

 

 

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