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Espanhol CaixaBank pretende cortar mais de 18% dos seus atuais postos de trabalho

O espanhol CaixaBank, dono do BPI, anunciou hoje que, depois da fusão em curso com o Bankia, tenciona reduzir a sua mão-de-obra em 8.291 pessoas, 18,67% do número total de empregados do banco em Espanha.

A compra do Bankia pelo CaixaBank foi anunciada em setembro do ano passado.
Yves Herman/Reuters
20 de Abril de 2021 às 17:23
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"É necessário lançar um plano para cortar 8.291 postos de trabalho", disse o banco num comunicado.

A aquisição da Bankia concluída no mês passado permitiu ao CaixaBank tornar-se no banco líder em Espanha em termos de ativos domésticos, embora tanto o Banco Santander como o BBVA tenham uma maior presença internacional.

Os cortes de postos de trabalho são explicados pela "duplicação e sinergias causadas pela fusão e pelas atuais circunstâncias do mercado", segundo o CaixaBank, uma vez que os bancos enfrentam taxas de juro muito baixas, os efeitos da crise económica causada pela pandemia e a crescente utilização de serviços bancários 'online'.

Os cortes de empregos previstos, que ainda não foram negociados com os sindicatos, representam 16% do total de 51.000 trabalhadores do banco, e 18,67% do seu pessoal em Espanha, excluindo a subsidiária de seguros, disse a UGT (União Geral dos Trabalhadores).

De acordo com os sindicatos, o CaixaBank pretende ainda fechar 1.534 agências, quase um quarto da sua rede global e 27% das suas agências em Espanha.

"Eles propõem saídas voluntárias com indemnizações mais baixas" do que o plano social lançado em 2019 pelo CaixaBank, que estava previsto cortar 2.000 postos de trabalho, e "ameaçam recorrer à meritocracia se o número não for atingido", denunciaram os sindicatos numa mensagem na rede social Twitter.

No final de Março, o presidente executivo do CaixaBank, Gonzalo Gortazar, disse que queria fazer "algo que não fosse traumatizante, tentar dar prioridade às saídas voluntárias (...) e reter os melhores".

"Se a fusão entre o CaixaBank e a Bankia não tivesse tido lugar, é certo que estaríamos perante um procedimento muito mais pesado do que este", reagiu, entretanto, a porta-voz do Governo.

Para Maria Jesus Montero "os números são certamente elevados, mas poderiam ter sido muito mais elevados se cada uma das entidades tivesse reestruturado separadamente".

O Estado espanhol, que era o maior acionista da Bankia, detém agora cerca de 16% do capital do novo banco.

Madrid tinha encorajado a fusão a fim de aumentar a rentabilidade do banco e assim recuperar parte do dinheiro investido na Bankia, que foi salvo da falência em 2012 graças a um grande pacote de ajuda pública de 22 mil milhões de euros.

O Banco Central Europeu está a aconselhar as concentrações no setor bancário, a fim de criar entidades mais fortes e rentáveis capazes de enfrentar a crise provocada pela pandemia de covid-19, que a Espanha sofreu de uma forma mais grave do que outros países, com uma queda de 10,8% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em 2020.

De acordo com um relatório publicado hoje pela Associação da Banca Espanhola (AEB), as entidades bancárias do país perderam 6,9 mil milhões de euros em 2020, depois de terem feito 12 mil milhões de euros de provisões excecionais para enfrentar o risco crescente de não reembolso de empréstimos.

O segundo maior banco de Espanha, BBVA, e o quinto maior, Banco Sabadell, também tentaram fundir-se no outono passado, mas abandonaram os seus planos.

Sabadell cortou mais de 1.800 postos de trabalho no final de 2020, e o BBVA deverá anunciar cerca de 3.000 saídas nos próximos dias, de acordo com a imprensa espanhola.

Em 2020, o maior grupo bancário espanhol, o Banco Santander, também cortou 3.500 postos de trabalho.

Segundo o Banco de Espanha, o setor bancário perdeu quase 100.000 pessoas entre 2008 e 2019, cerca de 37% da mão-de-obra de 2008.
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