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Espanhóis da Faes Farma vão comprar portuguesa Edol por 75 milhões
Com esta operação, a Faes Farma indica que duplicará tanto as suas vendas como o EBITDA em Portugal. A Edol, empresa familiar fundada em 1952, fechou o ano passado com uma faturação acima dos 30 milhões de euros.
Os espanhóis da Faes Farma vão adquirir a Edol, laboratório 100% português, focado principalmente em produtos farmacêuticos na área da oftalmologia, por 75 milhões de euros.
Em comunicado, enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CNVM, em espanhol), a Faes Farma informa que celebrou, esta terça-feira, um contrato de compra e venda, sujeito a condições prévias, que devem ser cumpridas até ao final de junho, para a aquisição de 100% do capital da Edol, avaliada em 75 milhões de euros, montante do qual será descontada a dívida financeira líquida.
Este aquisição - sublinha - "representa um novo marco estratégico no compromisso da Faes Farma para com o crescimento e a internacionalização, reforçando, além disso, o posicionamento no mercado português, onde o grupo Faes Farma está presente há mais de 80 anos". Desde logo porque, complementa, "com esta operação, a Faes Farma duplicará tanto as suas vendas como o EBITDA [resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] em Portugal".
A conclusão do negócio está sujeito ao cumprimento satisfatório de diversas condições prévias antes do final de junho, segundo a Faes Farma.
A Edol, fundada em 1952 a partir de uma farmácia em Lisboa, opera fundamentalmente nas áreas de oftalmologia, dermatologia, dermocosmética e otorrinolaringologia, embora a primeira seja a principal. Segundo a informação remetida pela Faes Farma ao regulador do mercado espanhol, a empresa familiar fechou o ano passado com uma faturação acima dos 30 milhões de euros.
Em 2022, a Edol investiu 25 milhões de euros numa nova fábrica, em Carnaxide, para permitir um aumento do volume de produção, sobretudo para o exterior, para alavancar a internacionalizar, uma vez que a capacidade da unidade de Linda-a-Velha se aproximava do limite, como revelou, então, ao Negócios, o presidente do conselho de administração, Carlos Setra.
A Faes Farma, que pertence ao grupo espanhol com o mesmo nome, também tem uma longa história em Portugal, onde nasceu, em 1943, sob o nome Laboratórios Vitória, até que, em janeiro de 2023, teve a sua designação social alterada para Faes Farma Portugal.
Em Portugal, com efeito, pelo menos parte da sua produção será deslocalizada, já que, depois de ter obtido luz verde de Bruxelas para um novo centro no País Basco que lhe permitirá duplicar a sua capacidade de produção para mais de 100 milhões de unidades de medicamentos por ano, o plano será transferir para o novo complexo, de forma gradual, até 2026, a produção de Leioa - onde tem a sede e parte da que tem em Portugal e na Guatemala.