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UE aplica coima de 458 milhões a 15 fabricantes por cartel denunciado pela Mercedes-Benz

Em causa estão práticas ilegais relacionadas com a reciclagem de veículos em fim de vida praticadas desde maio de 2002 até setembro de 2017. Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) atuava como facilitador. Caso foi denunciado pela Mercedes-Benz que foi "perdoada".

Sérgio Lemos
01 de Abril de 2025 às 16:50
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Bruxelas sancionou 15 construtores e a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) com uma coima de cerca de 458 milhões de euros por participarem num cartel, ao longo de mais de 15 anos, relacionado com a reciclagem de veículos em fim de vida. A Mercedes-Benz ficou de fora, ao abrigo do programa de clemência, por ter denunciado o caso.

Em comunicado, divulgado esta terça-feira, a Comissão Europeia indica que os 16 fabricantes e a ACEA assinaram acordos anti-concorrenciais e envolveram-se em práticas concertadas relacionadas com a reciclagem de veículos em fim de vida, entre maio de 2002 e setembro de 2017, adiantado que todas admitiram o seu envolvimento e aceitaram resolver o caso.

As fabricantes envolvidas são a BMW, Ford, Hyundai / Kia, Jaguar Land Rover e Tata, Mazda, Mercedes-Benz, Mitsubishi, Opel, General Motors, Renault / Nissan, Stellantis, Suzuki, Toyota, Volkswagen, Volvo e Geely, a que se junta ainda a ACEA. A Volkswagen teve a coima mais pesada - no valor de 127,6 milhões de euros.

Das 16, a Mercedes-Benz teve imunidade total, escapando a uma coima de perto de 35 milhões, enquanto a Stellantis (incluindo a Opel), Mitsubishi e Ford beneficiaram de uma redução por terrem cooperado com a Comissão Europeia. 

Bruxelas explica que, em concreto, conspiraram, desde logo ao acordarem em não pagar às empresas de desmantelamento de veículos automóveis, alinhando-se no entendimento de que a reciclagem de veículos em fim de vida se trata de um negócio lucrativo já de si, violando a diretiva europeia que prevê que o último proprietário de um veículo em fim de vida se possa desfazer gratuitamente dele junto de empresas de desmantelamento e que, se necessário, os fabricantes sejam obrigados a suportar os custos. Além disso, reforça, partilharam informações comercialmente sensíveis sobre os seus acordos com estas companhias coordenando-se nas suas posições diantes destes.

Por outro lado, também acordaram em não promover que quantidade de um veículo em fim de vida pode ser reciclada, recuperada e reutilizada e a qual a quantidade de material reciclado utilizado nos automóveis novos. O objetivo - segundo a Comissão Europeia - era evitar que os consumidores tivessem em conta as informações sobre reciclagem ao escolherem um automóvel, o que diminuía a pressão sobre as empresas para irem além dos requisitos legais.

A ACEA - de acordo com a investigação de Bruxelas - atuava como facilitador do cartel, tendo organizado uma série de encontros e contactos entre os fabricantes envolvidos, tendo sido sancionada com uma coima de 500 mil euros.

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