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Energias do Brasil vende acções abaixo do esperado no IPO

A Energias do Brasil encaixou 1,1 mil milhões de reais (387,79 milhões de euros) na Oferta Pública Inicial da unidade brasileira da Energias de Portugal (EDP), com o montante a ser canalizado para a construção de novas centrais naquele país. O preço por a

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A Energias do Brasil encaixou 1,1 mil milhões de reais (387,79 milhões de euros) na Oferta Pública Inicial da unidade brasileira da Energias de Portugal (EDP), com o montante a ser canalizado para a construção de novas centrais naquele país. O preço por acção foi de 18 reais, um valor abaixo do intervalo proposto de 22-28 reais.

A empresa sedeada em São Paulo alienou 61,38 milhões de acções ordinárias, enquanto os accionistas minoritários venderam 809.446 acções numa oferta secundária, revelou hoje a EdB num comunicado publicado hoje no jornal «Valor Económico».

Uma das razões apontadas pelo preço praticado abaixo do esperado prende-se com o facto do escândalo «Mensalão» - em que o Partido dos Trabalhadores do presidente  Lula da Silva pagaria luvas aos legisladores para aprovaram leis no Congresso – poder estar a afastar os investidores do segmento accionista, devido à instabilidade política.

«Os IPO são muito complicadas neste momento», explicou à Bloomberg André Hahn, gestor de fundos da Leme Investimentos «Os meus clientes, na sua maioria investidores institucionais, estão a esperar para ver o que vai acontecer no país em termos políticos antes de se exporem mais às acções» brasileira, acrescentou a mesma fonte.

O índice de referência da Bolsa de São Paulo, que subiu nas últimas duas sessões, caiu 3,5% na semana passada devido à especulação de que o escândalo do «Mensalão» poderá afectar não só as políticas do Governo mas também o crescimento da maior economia da América Latina.

«É uma boa empresa, mas a operação de venda veio numa altura em que o Governo está sob uma crise política e isso afectou o preço», afirmou à mesma agência Oswaldo Telles Filho, um analista do Banif Investment Banking em São Paulo.

O coordenador líder do IPO é o Banco UBS e os co-coordenadores são o Banco Itaú BBA e Banco Pactual. Os coordenadores contratados são o Banco Bradesco, o Credit Suisse First Boston o BB Banco de Investimento e o Banco Espírito Santo de Investimento.

Antes da cotação, a Energias do Brasil procedeu à reestruturação societária, movimento que a espanhola Endesa anunciou que também vai realizar para também listar os seus títulos no Bovespa até ao final deste ano.

A Energias do Brasil está há quase 10 anos no Brasil e atende a 11 milhões de consumidores, controla três distribuidoras e tem participações minoritárias em mais duas. Detém 14,6% da hidroeléctrica Lajeado e 60% da Peixe Angical cujo arranque está previsto para Maio de 2006, além de uma comercializadora de energia.

As acções da EDP [edp] seguiam inalteradas nos 2,09 euros.

 

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