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Endesa admite deixar de vender aos domésticos devido às novas tarifas reguladas

A Endesa admite deixar de vender electricidade aos consumidores domésticos, onde actualmente é a única a fazer concorrência à EDP, na sequência das tarifas fixadas regulador na semana passada.

22 de Outubro de 2009 às 16:49
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A Endesa admite deixar de vender electricidade aos consumidores domésticos, onde actualmente é a única a fazer concorrência à EDP, na sequência das tarifas fixadas regulador na semana passada.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Endesa Portugal, Nuno Ribeiro da Silva, considerou que "para os consumidores domésticos, para a baixa tensão, pela leitura neste momento não há condições para haver mercado".

"A Endesa acabou de pôr um pé atrás na oferta que já tem para os domésticos", sublinhou o mesmo responsável.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) propôs a 15 de Outubro uma tarifa para 2010 (aumento de 2,9 por cento face à deste ano) que tem em conta um valor de referência de 50 euros por megawatt/hora, muito abaixo dos 70 euros/mw em 2009.

Dias antes da divulgação da proposta da ERSE, Nuno Ribeiro da Silva tinha afirmado que fixar este valor de referência por cada megawatt abaixo dos 65 euros "seria um haraquiri do mercado livre e da credibilidade do regulador".

Apesar de referir que lhe "faltam elementos para descodificar a estrutura das tarifas" propostas pela ERSE, o presidente da Endesa Portugal afirmou que Portugal "continua sem um verdadeiro mercado de electricidade".

"Continuamos não com um mercado da electricidade, mas com uma feira da electricidade. O mercado é como a bolsa, funciona 365 dias, enquanto a feira é à quarta-feira em Barcelos e à quinta em Ponte-de-Lima", ironizou.

"Aqui houve feira para alguns segmentos da tarifa em 2007, em 2008 não houve feira para ninguém em nenhum segmento de tarifa, em 2009 houve feira para alguns e em 2010 parece que haverá para uns e não para outros", sublinhou Nuno Ribeiro da Silva.

Na baixa tensão (consumidores domésticos), apenas duas empresas têm ofertas para o mercado liberalizado: a Endesa e a EDP.

A esmagadora maioria dos consumidores deste segmento estão na tarifa regulada (determinada todos os anos pelo regulador), que tem como comercializador de último recurso a EDP (EDP Universal). Não está ainda definido um calendário para o fim da tarifa regulada para os domésticos em Portugal.

Ao longo dos últimos seis meses a Endesa fez contratos com mais de 1.000 famílias portuguesas para fornecimento de electricidade na baixa tensão.

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