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Empresas públicas agravam prejuízos para 351 milhões até Março

O sector empresarial do Estado agravou os resultados negativos em 41% no primeiro trimestre do ano. O endividamento atingiu os 32,5 mil milhões de euros. As empresas de transporte continuam a ser as principais responsáveis pelos prejuízos e pela dívida.

Bruno Simão/Negócios
07 de Dezembro de 2016 às 19:29
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O resultado líquido das empresas públicas atingiu os 351 milhões de euros negativos no primeiro trimestre deste ano, o que revela um agravamento de 41% face ao mesmo período de 2015.

De acordo com o boletim informativo do Sector Empresarial do Estado (SEE) relativo aos primeiros três meses de 2016, as empresas de transportes foram as principais responsáveis pelas perdas, contribuindo com um resultado líquido negativo de 143,2 milhões de euros, ainda assim melhor do que os 164 milhões de prejuízos reportados em Março de 2015.

Segundo o boletim divulgado pela Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Sector Público Empresarial (UTAM), os prejuízos da Metro do Porto foram de 76 milhões, menos 2% do que um ano antes, os da CP de 37,2 milhões, melhorando face aos 48,5 milhões registados no período homólogo, e os do Metro de Lisboa deterioram-se em 15% para 31,2 milhões.

Nos três meses a Carris registou, por seu lado, um prejuízo de quase 9 milhões, o que compara com os 12,6 milhões de Março de 2015, e a STCP aumentou as perdas para 11,9 milhões, quando no primeiro trimestre do ano passado se ficava pelos 8,3 milhões.


No sector da saúde as perdas agravaram-se 75%, de 72,1 para quase 126 milhões de euros. Nas empresas financeiras, por causa da Parpública, o recuo nos resultados foi de 917% em termos homólogos, de lucros de 6,7 milhões para prejuízos de 55,3 milhões.

De acordo com a UTAM, o maior decréscimo do resultado líquido neste período foi registado pela Parpública, da ordem dos 62 milhões de euros. Pelo contrário, a CP, a Infraestruturas de Portugal (IP) e a Carris registaram os maiores acréscimos de resultado líquido.

No primeiro trimestre o EBITDA do SEE teve, em termos homólogos, uma redução de 67% de 202 para 67 milhões. O volume de negócios registou uma diminuição marginal de 1.321 milhões no primeiro trimestre de 2015 para 1.316 milhões em Março último. Uma variação acompanhada por um aumento dos gastos operacionais de 1%, ou seja, cerca de 60 milhões de euros.


Quanto ao endividamento das empresas públicas manteve-se aos níveis do final de 2015, registando um aumento de apenas 154 milhões, tendo atingido no passado mês de Março 32,5 mil milhões de euros.

Um valor, assinala a UTAM, que é superior em 1,2 mil milhões de euros, ou seja 4%, face ao valor orçamentado pelas empresas, que é de 31,3 mil milhões.

O sector dos transportes é responsável por 20,2 milhões de euros do total do endividamento do SEE.

A Carris, a CP e a IP foram as empresas com os maiores decréscimos do endividamento no período em análise, enquanto a Águas de Portugal, a Parpública e o Metropolitano de Lisboa foram as que maiores subidas registaram.


A dívida da IP ronda os 8,4 mil milhões de euros, a do Metro de Lisboa ultrapassa os 3,7 mil milhões e da CP os 3,5 mil milhões.


Relativamente aos objectivos de gestão para 2016, a UTAM refere que a actividade desenvolvida no primeiro trimestre mostra que 80% das empresas públicas cumpriram as instruções relativas ao endividamento, 27% os objectivos referentes ao EBITDA, 49% os relativos aos gastos operacionais e 64% o objectivo de redução do prazo médio de pagamentos.

 

Perdas de 2015 foram um quarto das de 2014


Em 2015, de acordo com um outro relatório divulgado pela UTAM relativo ao quarto trimestre do ano passado, as empresas públicas reduziram o resultado líquido negativo para quase um quarto do valor verificado em 2014 (uma redução de 73%).

Ou seja, o prejuízo de cerca de 1.667 milhões de euros em 2014 foi reduzido a 453 milhões em 2015, uma melhoria que a UTAM atribui às empresas públicas financeiras já que sem estas a evolução teria sido de apenas 8%. A evolução ficou a dever-se à Parpública, que melhorou o seu resultado líquido em cerca de 1.050 milhões de euros.

Com esta evolução, realça aquela unidade, o endividamento do SEE foi reduzido em cerca de 1,8 mil milhões de euros (5%) face ao final de 2014.

O volume de negócios aumentou 4% em 2015, ou seja, mais de 290 milhões de euros para 7 mil milhões de euros, tendo sido acompanhado pela subida dos gastos operacionais de 361 milhões (6%) para 6,7 mil milhões de euros.

Face aos objectivos de gestão para 2015, a UTAM conclui que nem todas as empresas, apenas 90%, cumpririam as instruções relativas ao endividamento e apresentaram um aumento da dívida remunerada igual ou inferior a 3%.

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