A EDP vai fazer um esforço, na próxima semana, no sentido de rever os temas divergentes em aberto com a Comissão Europeia que levaram o Comissário Mário Monti a propor o chumbo da compra da Gás de Portugal.

Em comunicado, a empresa diz que esta «última revisão» conjunta foi acordada hoje num contacto com os responsáveis da Comissão que mostraram disponibilidade para durante a próxima semana, rever, com a Energias de Portugal e a ENI, os pontos de divergência ainda existentes de modo a avaliar se os mesmos ainda «seriam sanáveis».

No entanto, apesar deste último esforço de compromisso, a EDP «em caso algum, aceitará requisitos que ponham em causa o valor do seu negócio eléctrico, afinal o principal alvo da comissão, nos remédios que exigia à EDP na passada terça-feira e que não foi possível aceitar na sua «integralidade»

A proposta de chumbo por parte do comissário Mário Monti à aquisição conjunta da Gás de Portugal por parte da EDP e da ENI foi anunciada ao início da tarde de hoje pelo ministro das Actividades Económicas Álvaro Barreto, que anunciou que o Governo ira estudar três alternativas à reestruturação do sector energético português.

O italiano Mário Monti, já ao final da tarde, confirmou que iria propor o veto ao negócio, afirmando que este era prejudicial para os consumidores portugueses.

Após um primeiro comunicado, exigido pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, onde dizia não ter sido notificada da proposta da Comissão, a empresa liderada por João Talone veio, já ao final da tarde, explicar que vai tentar, após disponibilidade mostrada por Bruxelas, «salvar» o negócio.

«A EDP manteve contactos ao mais alto nível com responsáveis da Direcção Geral da Concorrência da Comissão, procurando identificar quais as divergências ainda existentes quanto à solução aceitável, de modo a avaliar se as mesmas ainda seriam sanáveis», refere o comunicado da eléctrica.

A Comissão mostrou disponibilidade para rever os pontos de divergência entre as duas partes, sendo que a EDP diz que na próxima semana «fará um esforço» para «fazer uma última revisão conjunta dos temas em aberto».

Na próxima semana Mário Monti já não é o comissário da Concorrência e o presidente da Comissão Europeia será Durão Barroso. O Colégio de Comissários tomará uma decisão final sobre o negócio até 8 de Dezembro.

A eléctrica acrescenta que continua disponível para «aceitar medidas transitórias» e que «divulgará a sua proposta final e os requisitos da Comissão, se os mesmos não forem coincidentes».

As acções da EDP fecharam a descer 0,88% para os 2,25 euros.