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EDP reforça posição na Iven após aquisição de acções ao Citibank
O reforço da Electricidade de Portugal (EDP) no controlo da eléctrica brasileira Escelsa implicará também a aquisição da posição accionista do Citibank na Iven, segundo o jornal brasileiro «Valor Económico».
O jornal dá conta que o reforço da EDP na eléctrica brasileira Escelsa passará pela aquisição da posição accionista do Citibank na Iven, além do acordo estratégico com o Opportunity que lhe conferirá o usufruto das acções daquela empresa na Iven. A EDP tem o direito de preferência na aquisição da participação do Opportunity na Iven.
O Opportunity e o Citibank detêm, em partes iguais, uma empresa denominada Calibre que, por sua vez, controla 51% de uma outra empresa denominada 135 Participações, que assegura 27% do capital da Iven.
Segundo Daniel Dantas, dirigente do Opportunity citado pelo jornal brasileiro «Valor Económico», «quem vendeu acções da Iven para a EDP foi o Citibank», tendo sublinhando que o acordo foi feito na Calibre.
A posição de 50% na Calibre confere ao Citibank uma posição indirecta de 6,885% no capital da Iven. Terá sido esta participação que a EDP terá comprado ao Citibank, elevando assim a sua posição no capital da Iven.
O valor desta aquisição não foi revelado.
Segundo avançou ontem ao Negocios.pt, fonte oficial da EDP, o acordo estratégico com o Opportunity, bem como, outras condições para o reforço na Escelsa só serão concretizados após a aprovação do regulador do sector eléctrico brasileiro, ANEEL.
Ontem, a EDP anunciou que vai exercer o controlo da maioria dos direitos de voto na IVEN, após um acordo com o Opportunity, sem avançar mais pormenores.
Em declarações ao Negocios.pt, fonte oficial da EDP explicou que «o acordo vai permitir ter o controlo partilhado da Escelsa com o Opportunity, sem a existência da alteração da composição accionista».
As partes escusaram-se a revelar a contrapartida dada ao Opportunity, remetendo a divulgação de detalhes para depois da aprovação da ANEEL desta operação.
EDP quer trocar posição na CERJ por controlo total da EscelsaSegundo analistas, este é um primeiro passo para alcançar o controlo da Escelsa. Esta eléctrica brasileira que actua no Estado de Espírito Santo é controlada, além da Iven, pela GTD Participações, uma empresa que gere vários fundos de pensões.
Esta última é titular de uma posição de 25% na Escelsa e detém um acordo parassocial, com validade até Junho de 2002, com a EDP, que limita os direitos de voto da eléctrica nacional a 25%.
Um segundo passo para a EDP vir a controlar sozinha o capital da Escelsa seria o estabelecimento de uma troca com a GTD da posição de 17% que a eléctrica nacional detém na Companhia de Electricidade do Rio de Janeiro (CERJ), pela sua posição na Escelsa.
A EDP detinha 73,2% do capital da Iven, que por sua vez controla 52,27% do capital da Escelsa.
As acções da EDP cotavam nos 2,91 euros (583 escudos) a subir 1,75%.