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EDP quer duplicar geração eléctrica em quatro anos no Brasil
A Energias do Brasil (EDB), participada da Energias de Portugal (EDP), quer duplicar a actual capacidade de geração eléctrica de 1.043 megawatts (MW) no mercado brasileiro num período médio de até quatro anos. A empresa está ainda a estudar a forma como p
A Energias do Brasil (EDB), participada da Energias de Portugal (EDP), quer duplicar a actual capacidade de geração eléctrica de 1.043 megawatts (MW) no mercado brasileiro num período médio de até quatro anos. A empresa está ainda a estudar a forma como poderá entrar no negócio do gás natural.
O objectivo, de adicionar 1000 MW vai implicar um investimento entre 1.000 (763,88 milhões de euros) e 1.500 milhões de dólares (1.145,82 milhões de euros) em que 20% serão directamente suportados pela EDB. Do total, 40% serão financiados e o restante será alavancado por parcerias.
"Esperamos tomar as decisões de investimento para alcançar esta meta durante o ano de 2007. O nosso objectivo é termos projectos em várias áreas, mas estamos ainda condicionados pela decisão do governo brasileiro quanto ao futuro modelo para o sector eléctrico neste país", disse Custódio Miguens, director-presidente a Enerpeixe. numa apresentação de projecto realizada em Brasília
A EDB na área da geração pretende crescer através do desenvolvimento de novos projectos no domínio das hidroeléctricas de pequena e média dimensões, estando também a desenvolver estudos para avançar no negócio térmico. A par disto a empresa está a avaliar o potencial de negócios na área das energias renováveis, nomeadamente, biomassa de bagaço de cana, através de uma produção integrada de etanol.
"No sector do gás, se tiver a certeza que é uma aposta do governo brasileiro vamos aprofundar novos estudos na área do abastecimento e analisar a viabilidade de projectos térmicos no Brasil", afirmou Custódio Miguens.
A EDB não descura ainda avançar para as eólicas se passar a haver uma tarifa remunerada por parte do Estado brasileiro que torne o negócio atractivo em termos de rentabilidade.
Além dos novos projectos, a EDB admite crescer por aquisições estando neste momento a estudar várias hipóteses tanto a nível de projectos em operação como participações societárias em empresas já existentes, sendo que a participada tem indicações por parte da accionista EDP para ter sempre o controlo societário dos investimentos que faz no Brasil.
Carlos Loureiro, vice-presidente da EDB, revelou ao Jornal de Negócios Online que "apesar do nosso principal foco de atenção, neste momento, ser a geração não descuramos a hipótese de reforçar os investimentos na área da distribuição".
EDB duplica capacidade instalada até ao final do ano
Além de concluir e inaugurar a hidroeléctrica de Peixe Angical, que vai permitir o reforço de quase 50% da capacidade de produção da EDB, a eléctrica colocou em operação comercial este ano a quarta máquina da central hidroeléctrica de Mascarenhas.
A empresa tem mais duas obras em construção, a pequena central hidroeléctrica São João, com potência de 25 MW, e que deverá entrara também em produção este ano, e a central de Santa Fé com 29 MW, que será inaugurada no final de 2008.
Em 2007, a empresa vai iniciar as obras desta mini-hídrica e o reforço de potência de outras centrais num investimento total de 100 milhões de reais.
Entre Janeiro e Setembro deste ano a EDB investiu 596,97 milhões de reais. No terceiro trimestre a empresa registou um lucro líquido de 114 milhões de reais, o que corresponde a um aumento de 109% face ao período homólogo.
O EBITDA do trimestre cresceu 70% chegando aos 339 milhões de reais. A EDB opera há 10 anos nas áreas de geração de energia eléctrica por via das subsidiárias Energest, EDP Lajeado e Enerpeixe. Na comercialização opera através da Enertrade e na distribuição com a Bandeirante, Escelsa e Enersul, atendendo nesta área a mais de três milhões de clientes.
* jornalista no Brasil a convite da EDP