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EDP muda gestores e agrupa posições no Brasil (act)

O novo presidente da EDP Brasil, Martins da Costa, vai para o Brasil com a missão de reestruturar a operação da EDP, que representa um investimento global de dois mil milhões de dólares.

18 de Agosto de 2003 às 11:31
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O novo presidente da EDP Brasil, Martins da Costa, vai para o Brasil com a missão de reestruturar a operação da EDP, que representa um investimento global de dois mil milhões de dólares.

O primeiro passo será o da reorganização societária, para que as participações da EDP no Brasil fiquem todas arrumadas na «sub-holding». Martins da Costa revelou ao Negocios.pt que a eléctrica pretende arrumar debaixo da EDP Brasil as participadas, quer as de produção quer as de distribuição brasileiras.

A EDP detém, na distribuição, a Bandeirante, Escelsa, Enersul e Cerj. Na produção participa na Hidroeléctrica do Lajeado, Hidroeléctrica Peixe, Hidroeléctrica Couto Magalhães e Termoeléctrica da Fafen. Detém, ainda, a empresa de comercialização Enertrade e a de serviços de engenharia Energest.

A EDP pretende que estejam todas na «sub-holding» EDP Brasil. O rearranjo significa reorganização os órgãos de gestão, permitindo uma maior articulação entre a «holding» e as sociedades participadas. Por isso, os directores executivos das participadas vão ter assento na administração da EDP Brasil.

Depois da reorganização societária, a EDP [EDP] quer reestruturar a estrutura de capitais próprios e alheios. Neste âmbito, a empresa quer negociar com todos os accionistas minoritários das participadas.

«Vamos conversar com todos os minoritários». Sem adiantar pormenores, Martins da Costa garante, apenas, que gostaria que continuassem no projecto, nomeadamente ao nível da «holding».

«É nossa aspiração que venhamos a negociar com os accionistas minoritários. Gostaríamos que continuassem a ser parceiros, mas não ao nível das participadas», acrescenta.

A troca de participações será, pois, a hipótese em cima da mesa. Estas duas etapas - reorganização societária e accionista - deverão demorar cerca de um ano.

Segundo Martins da Costa, as participadas são financeiramente sustentáveis, ainda que haja algum desequilíbrio entre si nos capitais próprios e alheios. No entanto, não há risco de insolvência. A junção sob o mesmo «tecto» das participadas ajudará a esse equilíbrio.

Depois desta reestruturação, a empresa redefinirá, então, a estratégia a desenvolver no Brasil, o que deverá demorar mais um pouco, até porque a EDP garante que precisa de saber com precisão o impacto do novo quadro regulatório do sector no Brasil.

«Temos de reavaliar a estratégia com base no novo modelo», devendo, então, decidir em que áreas reforçar: produção ou distribuição.

Negociações com o Governo brasileiro

Para já, a empresa está a negociar com o Governo no sentido de não suportar sozinha o investimento que tem de realizar na construção da Hidroeléctrica Peixe Angical.

Segundo a EDP, as condições alteraram-se e a eléctrica considera «que não devemos suportar sozinhos esse investimento».

Foi isso que fez saber às entidades públicas, dando como alternativa que a ajudassem num outro investimento - o da central termoeléctrica de Fafen - que se encontra, na Bahia, fora da zona de influência da EDP Brasil.

A resposta definitiva ainda não foi dada. Esta central já tem a primeira fase concluída. A do Peixe está prevista para 2006, altura em que alguns analistas acreditam que o Brasil voltará a ter problemas de excesso de consumo.

De qualquer forma, Martins da Costa garante que a aposta no Brasil «é para continuar, mas o Brasil tem de ser auto-sustentado e auto-financiado».

As acções da EDP seguiam nos 1,97 euros, a subir 1,55%.

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