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EDP em negociações com AdP; compra até máximo de 30% (actualização2)

A Electricidade de Portugal (EDP) está em negociações para a compra, numa primeira fase, de 10% do capital da empresa Águas de Portugal (AdP), podendo aumentar a sua posição até um máximo de 30%, revelou fonte oficial da EDP ao Canal de Negócios.

15 de Janeiro de 2001 às 20:55
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(actualiza com citação de comunicado conjunto de ambas as empresas no quinto parágrafo)

A Electricidade de Portugal (EDP) está em negociações para a compra, numa primeira fase, de 10% do capital da empresa Águas de Portugal (AdP), podendo aumentar a sua posição até um máximo de 30%, revelou fonte oficial da EDP ao Canal de Negócios.

A eléctrica nacional «está optimista» que as negociações com a AdP terminem até ao final do primeiro trimestre de 2001», acrescenta a mesma fonte. Até ao primeiro trimestre de 2001, a EDP deverá adquirir 10% da AdP e, numa segunda fase, a eléctrica nacional poderá reforçar a sua posição até 30%, adianta a mesma fonte.

A AdP integrará a área das águas da eléctrica nacional liderada por Francisco Sanchéz, à semelhança do que acontece com a EDP Águas.

Fonte oficial da EDP escusou-se adiantar o montante envolvido neste negócio, adiando o anúncio para a altura da concretização do mesmo.

As declarações vêm refutar notícias recentes que davam como certa uma ruptura entre as duas empresas. Em comunicado conjunto divulgado hoje, a EDP e a AdP afirmam que «existe da parte das duas empresas um claro e inequívoco interesse no estabelecimento de uma parceria estratégica com o objectivo do desenvolvimento de projectos conjuntos».

Operação permite redução de custos de 300 milhões

Este negócio é «essencial» para a EDP, adianta uma analista ao Canal de Negócios. A EDP vai obter sinergias «significativas» com a entrada no capital da AdP. Segundo analistas, com a concentração da área de electricidade, água e gás natural, deverá existir redução de custos, essencialmente administrativos, na ordem dos 300 milhões de euros (60 milhões de contos).

No mercado, estimava-se que a EDP adquirisse uma posição na AdP no intervalo entre 20 a 30% do seu capital.

A EDP tem uma parceria estratégica com a Thames Water na área de saneamento básico que poderá ser repensado após a aquisição de uma participação na AdP, havia adiantado Francisco Sanchéz ao Canal de Negócios. A AdP também opera na área de saneamento básico no Brasil, sendo concorrente da EDP e da Thames Water.

Quanto ao facto deste acordo vir a pôr em causa a aliança estratégica entre a EDP e a Thames Water na América Latina, fonte oficial da eléctrica revelou que a EDP ainda não se debruçou sobre este assunto.

A AdP terá que realizar uma assembleia geral de accionistas para aprovar a entrada do novo accionista.

Indefinição no modelo de entrada da EDP no IPE-Adp

Existe alguma indefinição no modelo de entrada da eléctrica nacional no capital do IPE-AdP. Segundo revelou ao Canal de Negócios Joaquim Fitas, administrador do IPE-AdP, o modelo de entrada da EDP no capital da AdP não está definido, sendo uma das possibilidades a subscrição de um aumento de capital por parte da eléctrica.

Para uma analista contactada pelo Canal de Negócios, a entrada da EDP na concessionária de saneamento básico deverá concretizar-se através de um aumento de capital, por entradas em dinheiro.

O IPE-AdP deverá realizar um aumento de capital dos actuais 199,5 milhões de euros (40 milhões de contos) para 798 milhões de euros (160 milhões de contos) que será aprovado na próxima assembleia geral de accionistas.

O valor da aquisição já está acordado entre as partes envolvidas, adianta Joaquim Fitas, escusando-se no entanto a revelar o montante envolvido nesta aquisição.

Avaliação da AdP «consideravelmente acima» de 1,5 mil milhões de euros

A última avaliação do IPE-Águas de Portugal, datada de Agosto de 2000, apontava para um valor nos 1,5 mil milhões de euros (300 milhões de contos).

De acordo com declarações de Joaquim Fitas ao Canal de Negócios, a avaliação actual da AdP é «consideravelmente acima» da anterior avaliação. Justificada pela reestruturação da empresa com a entrada de activos que anteriormente não lhe estavam afectos, tais como 49% do capital da Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL), participações no mercado brasileiro bem como na área de tratamento de resíduos sólidos.

AdP sem negociações com outros potenciais parceiros

A AdP não mantém negociações com outros potenciais parceiros para a entrada no seu capital, adiantou Joaquim Fitas ao Canal de Negócios.

Segundo revelou uma analista ao Canal de Negócios, a AdP deverá também abrir o capital a outros parceiros. Isto porque, no seu entender, o negócio do saneamento básico em Portugal é rentável. E a AdP detém cerca de 60% deste mercado em Portugal, ao abranger a região de Lisboa e Porto. As «utilities» estrangeiras estão muito interessadas em diversificar o âmbito das suas actividades, além do interesse que algumas construtoras portuguesas já têm demonstrado por este sector, em particular pela AdP.

EDP discorda de plano estratégico da AdP

O atraso nas negociações entre a EDP e a AdP é justificado pelo facto da eléctrica discordar do plano estratégico da concessionária nacional, adiantou uma analista ao Canal de Negócios.

A eléctrica liderada por Francisco Sanchéz não concorda com o plano de investimentos da AdP por considerá-los «ambiciosos». Em 2001, a AdP deverá ser responsável por um montante de investimentos (em Portugal) na ordem dos três mil milhões de euros (600 milhões de contos).

Dispersão do capital em Bolsa da AdP em aberto

Segundo revelou Joaquim Fitas ao Canal de Negócios, não há compromisso para dispersar capital, mas também não existe o compromisso para não ir.

As acções da EDP encerraram nos 3,50 euros (702 escudos), a subir 1,45%.

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