A EDP está a trabalhar no aprofundamento da relação de longo prazo com a argelina Sonatrach. "Temos, em conjunto, uma estratégia mais global que implica projectos fora da Península Ibérica", revelou hoje o presidente da eléctrica portuguesa, António Mexia, depois de um almoço organizado pela ACEGE – Associação Cristã de Empresários e Gestores.

O CEO da EDP escusou-se, porém, a concretizar os planos das duas empresas para fora da Península Ibérica. Em cima da mesa estará, nomeadamente, a hipótese de a EDP poder fornecer "know how" aos argelinos na construção de cinco centrais de ciclo combinado que a Sonatrach tem previstas construir na Argélia.

Também sobre o aumento da posição accionista da Sonatrach na EDP, o gestor declinou fazer qualquer comentário. A empresa argelina tem 2% do capital da eléctrica e já manifestou publicamente a intenção de reforçar esta posição até aos 5%.

"Nunca comentamos sobre entradas ou reforços de capital ou quaisquer outros movimentos accionistas", afirmou António Mexia, referindo-se ao falado interesse dos angolanos da Sonangol em entrar na EDP e também à saída dos espanhóis da Iberdrola, que detém quase 10% da eléctrica.

Depois de ter fechado em Novembro uma parceria estratégica com a Sonatrach, que prevê o fornecimento de um volume que poderá ir até 1,6 bcm por ano de gás natural originário da Argélia, através de contratos de longo prazo com elevados níveis de flexibilidade, EDP está agora "a equacionar outros fornecedores de gás para a próxima década", concretizou o gestor.

A Sonatrach, no âmbito deste acordo, vai ter uma participação financeira minoritária representativa de 25% do respectivo capital social das sociedades exploradoras das centrais de ciclo combinado a gás natural da EDP.