As "utilities" europeias, acompanhando o sentimento negativo dos mercados accionistas, têm sofrido quedas acentuadas em bolsa nas últimas sessões, deixando as cotações das empresas a um valor justo, de acordo com a JPMorgan, que contudo considera que há ainda várias acções que são uma boa oportunidade de investimento. Para o banco de investimento a EDP é a que tem o maior potencial de valorização.

Uma delas é a EDP, que o banco de investimento inclui na sua lista de acções favoritas no sector das "utilities" europeias. As outras são a REE, a SSE e a Veolia, mas todas elas apresentam um potencial de valorização inferior à empresa portuguesa. À EDP a JPMorgan atribui um preço-alvo de 3,55 euros, que sugere um potencial de subida de 25%.

A JPMorgan refere que todas estas quatro "utilities" europeias, menos expostas à evolução dos preços do petróleo e das licenças de carbono, oferecem boas características de avaliação e apresentam um crescimento sólido de resultados.

Como o sector tem uma correlação de 65% com a evolução das obrigações europeias a 10 anos, o banco de investimento diz que a esperada queda de 30 pontos base nestes títulos poderá ser um bom suporte para as "utilities".

A média das avaliações dos oito analistas contactados pelo Jornal de Negócios é de 3,06 euros por acção, um valor que também apresenta potencial de valorização face às cotações actuais. Este ano as acções da EDP acumulam uma subida de 10,77%, muito abaixo dos 25% conseguidos pelo sector.

Depois de um início de ano em forte alta, os títulos têm liderado o movimento de correcção na bolsa nacional, com uma queda de 7,7% em Maio, mais acentuada que os 5,46% perdidos pelo DJ Euro Stoxx Utilities .

Lucros em alta

A EDP terá terminado o primeiro trimestre deste ano com resultados líquidos de 255,63 milhões de euros, um valor que representa uma melhoria de 17,8%, de acordo com a média das estimativas dos analistas contactados pelo Jornal de Negócios. Também ao nível operacional [EBITDA] e de receitas a EDP terá registado uma evolução positiva, devido sobretudo à esperada reversão da provisão efectuada em 2005 para cobrir os riscos com os juros associados aos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual, que totalizou 118 milhões de euros.

Excluindo este contributo extraordinário, relacionado com o atraso no Mibel, o BNP Paribas está à espera de uma descida de 33% nos lucros, devido à queda estimada de 10% nos resultados operacionais. O BPI aguarda resultados neutrais, com a actividade no Brasil a compensar o desempenho da Hidrocantábrico.

Para esta casa de investimento, o foco da EDP nos próximos meses será a atribuição de licenças de energia eólica e de centrais eléctricas, bem como a apresentação da estratégia da nova equipa de gestão. A EDP vai apresentar resultados na quinta-feira, com uma conferência de imprensa onde Mexia deverá efectuar as primeiras declarações como CEO da empresa.