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EDP considera desnecessárias centrais de ciclo combinado da Iberdrola e Galp

A eléctrica portuguesa considera como "manifestamente desnecessária" mais potência termoeléctrica e o presidente da EDP diz mesmo que "é uma questão de bom senso de quem decidir o investimento".

11 de Novembro de 2010 às 15:00
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A EDP vê como suficiente a potência térmica actualmente instalada em Portugal, avaliando como "manifestamente desnecessária" a instalação de mais potência termoeléctrica no país, o que, implicitamente, deixa de fora os projectos de centrais de ciclo combinado da Iberdrola e da Galp Energia.

As centrais de ciclo combinado a gás natural mais recentes no país são a que a EDP inaugurou há um ano em Lares e a da Endesa e International Power no Pego, que arrancou este ano. "Mais térmica que esta é desperdício, menos térmica seria insegurança de abastecimento", comentou João Manso Neto, administrador da EDP, num encontro com a imprensa.

Actualmente as centrais térmicas, incluindo carvão e gás natural, respondem por 38% da geração eléctrica em Portugal, contra o peso de 63% que tinham há dez anos. Mas tendo em conta os planos existentes para a próxima década, em 2020 o país deverá ter nas térmicas apenas 32% da sua electricidade.

Questionado sobre se considera desnecessários os projectos da Iberdrola para a Figueira da Foz e da Galp e International Power para Sines (ambos com licenças atribuídas, mas sem a decisão de construção tomada), João Manso Neto evitou referir-se directamente aos seus promotores. "Se pusermos mais centrais [de ciclo combinado] será mais investimento que o país faz com um valor acrescentado reduzido. Mais potência é desperdício de recursos".

Essa opinião é partilhada pelo presidente da EDP. António Mexia afirmou nesse mesmo encontro com a imprensa que o avanço ou não de nova potência em ciclos combinados a gás natural "é uma questão de bom senso de quem decidir o investimento".

Mais térmica que esta é desperdício, menos térmica é insegurança de abastecimento.

João Manso Neto
Administrador da EDP
Embora tendo autorização para desenvolver os seus projectos, a Iberdrola e a Galp, entretanto aliada à International Power, não tomaram ainda decisões de investimento. Recentemente o presidente da Galp, Manuel Ferreira de Oliveira, afirmou que o grupo ainda estava a avaliar se faria sentido lançar o projecto.

Este ano o Governo português publicou nova legislação que vem criar o direito à remuneração das centrais térmicas por garantia de potência e da sua disponibilidade para, estando paradas, entrarem em serviço sempre que necessário. Esse é um mecanismo que aproxima Portugal das regras existentes em Espanha e que permite minorar as perdas das centrais térmicas com as extensas paragens a que estão sujeitas quando a produção eléctrica de origem renovável é elevada.

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