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EDP Brasil regressa aos lucros em 2004

A EDP Brasil, unidade da EDP para o mercado de distribuição, produção e comercialização de electricidade em território brasileiro, regressou aos lucros em 2004, resultado que não alcançava desde 2001. A empresa registou lucros no valor de 106,8 milhões de

25 de Fevereiro de 2005 às 07:49
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A EDP Brasil, unidade da EDP para o mercado de distribuição, produção e comercialização de electricidade em território brasileiro, regressou aos lucros em 2004, resultado que não alcançava desde 2001. A empresa registou lucros no valor de 106,8 milhões de reais (31 milhões de euros) contra os prejuízos de 189,5 milhões de reais (55 milhões de euros) obtidos em 2003.

Este resultado fora atingido, uma vez que em 2003 o balanço tinha sido «afectado pelo reconhecimento de imparidades (redução do activo) no valor de 229 milhões de reais (66,4 milhões de euros). Em 2001, último ano em que registou lucros com a electricidade no Brasil, o grupo obteve resultados positivos no valor de 91,1 milhões de reais (26,4 milhões de euros.

Em comunicado, o grupo anuncia que obteve, em 2004, uma receita operacional líquida de 3,70 mil milhões de reais (1,071 mil milhões de euros), mais 11,2% do que em 2003.

O resultado operacional (EBIT) cresceu 58%, dos 348,2 milhões (100,8 milhões de euros), em 2003, para os 548,9 milhões de reais (158,8 milhões de euros), mesmo tendo sido afectado pelas revisões das Bases de Remuneração Regulatória da Bandeirante e da Escelsa.

Já a geração de caixa consolidada, medida pelo conceito EBITDA, cresceu 38%, de 563,7 milhões de reais para 775,3 milhões de reais (163,3 milhões para 224 milhões de euros).

«Isso compensou a esperada redução do resultado financeiro, já que, em 2003, havia ocorrido um anormal resultado positivo de 56,8 milhões de reais (16,45 milhões de euros), influenciado pela valorização de 18% do real frente ao dólar, naquele ano», avançou a mesma fonte.

O grupo EDP Brasil é composto pelas empresas de distribuição (Bandeirante, Escelsa e Enersul), de geração (EDP Lajeado e Enerpeixe) e comercialização de energia (Enertrade).

Vendas de energia sobem 4,5%

A actividade das distribuidoras da EDP Brasil, em 2004, foi «caracterizada por um incremento de 3,3% no número de clientes e de 4,5% no volume global de energia distribuída.

A evolução da energia distribuída traduz a ocorrência de um período de recuperação económica, com impacto extensivo aos consumos residenciais, sobretudo no segundo semestre, explica a empresa.

Esses impactos, no entanto, não se fizeram sentir homogeneamente nas áreas de concessão das três distribuidoras.

A Bandeirantes, no Estado de São Paulo, teve um aumento de 4,2% no número de clientes e de 7,1% no volume de energia distribuída, destacando-se a migração de clientes para o mercado livre.

A Escelsa que actua em Espírito Santo «pelo fato de grandes clientes terem implementado soluções de autoprodução, não foi visível uma evolução tão positiva do mercado de energia». Assim o aumento foi de 1,5% no número de clientes e queda de 0,1% no volume de energia distribuída.

No Mato Grosso do Sul, área da Enersul, houve incremento de 4,2% no número de clientes e de 6% no volume de energia distribuída.

Lucros de 12,1 milhões na produção

As empresas de geração do Grupo EDP Brasil (EDP Lajeado e Fafen) lucraram 12,1 milhões de reais (3,5 milhões de euros), no ano de 2004, contra um prejuízo de 283,2 milhões de reais (82,05 milhões de euros), em 2003 (que incluía 229 milhões de reais de imparidade), mesmo tendo apresentado em 2004 um valor de EBITDA semelhante ao de 2003 (30,3 milhões de reais e 29,8 milhões de reais, respectivamente) (8,7 e 8,6 milhões de euros).

A melhoria do resultado líquido deveu-se à eliminação dos custos financeiros do balanço da Fafen Energia, vendida para a Petrobrás, em Dezembro.

Na área de comercialização, a Enertrade manteve o «seu processo de crescimento e melhoria de desempenho. O resultado líquido cresceu cinco vezes mais do que em 2003, enquanto a receita operacional líquida e o EBITDA cresceram, respectivamente, 101% e 582%.

Investimentos e vendas de activos não estratégicos

O ano de 2004 foi marcado pela reestruturação societária do grupo com vista a agregar numa só «holding» todos os activos da EDP em território brasileiro, à excepção da Ampla (ex-Cerj), onde a empresa tem uma posição minoritária e pretende vendê-la à Endesa, da venda dos activos não estratégicos e dos investimentos na hidroeléctrica de Peixe Angical.

A reestruturação tem como fim a dispersão de capital em bolsa da EDP Brasil no Novo Mercado da Bolsa de São Paulo (Bovespa), que estava prevista ocorrer em 2004, mas os efeitos dos reajustes tarifários e das alterações nos valores arbitrados adiaram esse objectivo para 2005.

Considerado o principal investimento em infra-estruturas por estrangeiros no Brasil, os gastos na hidroeléctrica Peixe Angical atingiram, em 2004, mais de 70% de realização nas obras civis. O volume global investido em 2004 foi de 700 milhões de reais (202 milhões de euros), dos quais 205,3 milhões (59,4 milhões de euros) vieram dos sócios (EDP com 60% e Furnas com 40%). O empreendimento que está previsto arrancar em finais de 2006 terá uma capacidade instalada de 452 megawatts.

Além do mais, a empresa desinvestiu na produção termoeléctrica devido à inexistência de «um adequado ambiente regulatório para as centrais termoeléctricas, assim como da ausência de oferta de combustível em condições aceitáveis»

Assim, vendeu a Fafen Energia, e a Enersul efectuou a desmobilização do investimento anteriormente realizado na turbina da UTE Campo Grande.

O programa de eficiência aplicada à EDP Brasil teve os seus frutos com poupanças de 15 milhões de reais (4,34 milhões de euros), acima da previsão inicial.

A EDP vai apresentar os seus resultados na próxima terça-feira.

*Correspondente em São Paulo

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