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Empresário turco não esquece funcionários na hora de vender a empresa. Cada um ganha 215 mil euros

O empresário turco Nevsat Aydin, co-fundador e CEO da Yemeksepeti, decidiu repartir com 114 trabalhadores parte dos lucros da venda da empresa, mais concretamente 27 milhões de dólares.

31 de Julho de 2015 às 00:04
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Nevsat Aydin, que fundou e presidiu à maior empresa turca online de entrega de comida, a Yemeksepeti, acaba de a vender à alemã Delivery Hero por 589 milhões de dólares (533,1 milhões de euros).

 

Até aqui, nada de invulgar. Mas Aydin não se ficou por aqui. Considerando que sem os seus trabalhadores a empresa não teria feito o percurso de sucesso que fez, decidiu presentear quem estava há mais de dois anos na empresa, distribuindo por eles 27 milhões de dólares (24,4 milhões de euros). Assim, dos actuais 370 empregados, 114 são elegíveis.

 

"A história de sucesso da Yemeksepeti não aconteceu da noite para o dia e muitas pessoas participaram nesta caminhada com o seu trabalho árduo e talento", declarou Aydin à CNN Money, para justificar a sua decisão.

 

A empresa foi lançada há 15 anos, por Aydin e três colegas. Conta agora com 370 empregados e entrega mais de três milhões de refeições por mês, sublinha a CNN Money. Além da Turquia, onde está sediada, opera nos Emirados Árabes Unidos, na Arábia Saudita, no Líbano, em Omã, no Qatar e na Jordânia.

 

O montante que cada um dos trabalhadores elegíveis vai receber dependerá do seu desempenho, do tempo de permanência na empresa e do seu "potencial futuro na firma", acrescentou o presidente executivo da Yemeksepeti, que irá fazer parte da comissão executiva da Delivery Hero.

 

Os bónus a serem distribuídos correspondem a 237 mil dólares (214,5 mil euros) em média, segundo a CNN Money. Uma vez que os salários mensais variam entre 1.000 e 2.000 dólares nesta empresa, isso significa que a ‘recompensa’ média valerá aproximadamente 150 vezes o ordenado.

 

Assim sendo, os montantes são avultados e vão mudar para sempre – e para melhor – a vida destes 114 trabalhadores. Que o diga Nedim Nahmias, que entrou há 10 anos para a empresa como operador de call center, tendo entretanto chegado a director operacional. "Estes bónus vão mudar a vida de muitos de nós", contou à CNN Money.

 

A decisão de Aydin começou por ser noticiada pelo jornal turco Hurriyet Daily News, mas já se espalhou pela comunicação social de todo o mundo.

 

"Houve muita emoção [quando anunciei esta decisão], porque sei que isto vai tocar as vidas das pessoas. Vão poder comprar casas e carros. Gostaria de poder ter-lhes dado mais", disse o co-fundador da Yemeksepeti à Venture Capital Post.

 

"Alguns trabalhadores choraram de alegria, outros gritaram, outros escreveram cartas de agradecimento", comentou, por seu turno, à Newsmax.

 

Nevsat Aydin vem assim juntar-se a outros exemplos – ainda escassos, mas de peso – de empresários que decidem premiar extraordinariamente o mérito e esforço dos seus trabalhadores.

 

Mais exemplos pelo mundo fora… incluindo Portugal

 

No final do ano passado, o empresário chinês da multinacional Tiens Group, que opera na área da biotecnologia, turismo, educação e comércio, decidiu pagar férias em França a 6.400 trabalhadores, com todas as despesas incluídas, para celebrar o 20º aniversário da empresa. Reservou 140 hotéis e precisou de fretar 84 aviões para os transportar.

 

Recentemente, Savjibaha Dholakia, negociante indiano de jóias, presenteou 1.200 colaboradores com apartamentos, carros e jóias. Um prémio pelo seu trabalho na empresa, sediada em Surat (região oeste da Índia).

 

Um outro exemplo, este ano, veio do CEO da norte-americana Gravity Payments - uma tecnológica de processamento de cartões de crédito sediada em Seattle - que reduziu o seu salário em 90% para distribuir pelos trabalhadores. O objectivo de Dan Price: que todos os seus funcionários recebam um salário anual de pelo menos 70.000 dólares, de modo a tentar nivelar as remunerações e acabar com as desigualdades salariais.

 

De Portugal também vêm bons exemplos. Armindo Borges, patrão da Ibersaco, uma empresa de Penamacor (distrito de Castelo Branco) que produz sacos em ráfia, paga aos seus trabalhadores 1.400 euros mensais em média. E não se fica por aqui: também lhes paga as férias e tem um ginásio na empresa para que possam exercitar-se sempre que queiram.

 

Para este empresário, que diz gostar de ver as pessoas felizes, o esforço dos seus trabalhadores deve ser recompensado. Em declarações à SIC, Armindo Borges disse que "o objectivo é que todos os trabalhadores possam vir a ter um salário semelhante ao de um ministro, porque não são inferiores a eles, nem em competência profissional, nem do ponto de vista intelectual".

E nem sempre estas histórias de generosidade e entrega se ficam pelo dinheiro ou regalias. A Business Insider conta a história, por exemplo, de Matthew Deffebach, partner da empresa norte-americana Houston Haynes and Boone, mais conhecida por HayBoo, que doou um rim a um trabalhador da empresa. Conforme relatou a New Yorker Lawyer, Deffebach soube que o funcionário, já com muitos anos na empresa, corria risco de vida sem o rim, e não conseguiu suportar o facto de o seu filho de 6 anos poder ficar sem o pai. Doou o rim e ambas as cirurgias correram bem.

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