Notícia
Detido ex-proprietário do grupo Marsans
Gerardo Díaz Ferrán, ex-proprietário do Grupo Marsans foi esta manhã detido pelos crimes de branqueamento de capitais e de ocultação de bens.
O ex-presidente da CEOE (Confederação Espanhola de Organizações Empresariais) e antigo proprietário do grupo Marsans, Gerado Díaz Ferrán, foi detido esta manhã por alegados delitos de branqueamento de capitais e de ocultação de bens.
De acordo com o diário espanhol "Expansión", que cita fontes policiais consultadas pela "Europa Press", estão a ser feitas mais detenções no âmbito da mesma operação.
A detenção de Gerardo Díaz Ferrán foi levada a cabo no seu domicílio, em Madrid, e está relacionada, segundo as mesmas fontes, com a investigação iniciada a partir da queixa apresentada pela AC Hoteles, Meliá, Pullmantur e o grupo Orizonia, contra os antigos proprietários da agência de viagens Marsans, Gerardo Ferrán e o falecido Gonzalo Pascual, o seu novo dono, Ángel del Cabo, e a empresa Possibilitum.
As companhias hoteleiras denunciaram os três empresários por considerar que estavam a ocultar aos credores do grupo Marsans bens da agência de viagens e bens pessoais para evitar assim o pagamento da dívida contraída junto dos credores, que ascende aos 45 milhões de euros. Fontes judiciais consultadas pelo "Cinco Dias" apontam também como motivo das detenções o caso dos 4,9 milhões de euros bloqueados este verão, na Suíça, que pertenciam a uma empresa irlandesa da Marsans.
Díaz Ferrán concordou com o recém-falecido sócio Gonzalo Pascual, a venda da Marsans a Del Cabo em meados de 2010, praticamente ao mesmo tempo que a empresa foi considerada insolvente.
No dia 1 de Abril de 2010, dois meses antes de o grupo Marsans se declarar insolvente, os seus antigos proprietários, Gerardo Diaz e Gonzalo Pascual, decidiram incluir-se na lista de trabalhadores da Marsans, de acordo com o relatório da equipa de gestão de insolvência da empresa.
Os dois empresários atribuíram a si próprios um ordenado líquido de 20.555 euros, que receberam, na íntegra, nos meses de Abril e Maio, e depois rescindiram contracto no dia 16 de Junho de 2010, seis dias depois do anúncio da venda do grupo à sociedade Posibilitumm, ou seja, a Ángel del Cabo. Ambos cobraram uma indemnização de 18.168 euros.
Além destes montantes, os gestores receberam ainda uma retribuição de 370 mil euros, o que perfaz, no total, cerca de 500 mil euros encaixados pelos dois empresários.
A 24 de Junho de 2010, um dia antes da declaração de falência da Marsans, foi realizada uma transferência de 28 mil euros de indemnização para José María Pascual Arias, irmão de Gonzalo Pascual Arias "apesar do resto dos empregados não terem recebido o ordenado correspondente ao mês de Junho, e de nenhum empregado que deixou a empresa entre os meses de Abril e Junho ter recebido qualquer espécie de indemnização", pode ler-se no relatório dos administradores de insolvência nomeados pelo juiz, citado pelo "Cinco Dias"”.
No passado mês de Fevereiro, Díaz Ferrán sentou-se no banco dos réus no Supremo Tribunal, acusado pelo Ministério Público de se apropriar do dinheiro pago pelos clientes ao invés de o entregar aos fornecedores da Marsans.
O concurso de uma das suas empresas, Seguros Mercúrio, foi considerado fraudulento e Díaz Ferrán proibido de gerir empresas durante os próximos 15 anos. O juiz de falências vai decidir em breve sobre o concurso da Marsans.