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Departamentos de matérias-primas da banca de investimento "debaixo de fogo"

Os bancos de investimento terão de vender as suas unidades de "commodities" financiadas com o seu próprio capital num cenário de "worst case" criado pelas propostas da Casa Branca, entre as quais se prevê impedir que os bancos negoceiem títulos onde tenham titularidade, diz um advogado que trabalhou neste tipo de departamentos.

22 de Janeiro de 2010 às 20:32
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Os bancos de investimento terão de vender as suas unidades de "commodities" financiadas com o seu próprio capital num cenário de "worst case" criado pelas propostas da Casa Branca, entre as quais se prevê impedir que os bancos negoceiem títulos onde tenham titularidade, diz um advogado que trabalhou neste tipo de departamentos.

“O plano de Obama vai afectar a negociação de matérias-primas realizada por todos os bancos”, comentou à Bloomberg o advogado Damian Honey, sócio da Holman Fenwick Willan, em Londres.

Recorde-se que o presidente norte-americano, Barack Obama, apresentou ontem um plano que considera que poderá reduzir a tomada de riscos por parte das instituições financeiras. A proposta faz parte de um esforço para reformar as regulações financeiras e visa, especificamente, proibir os bancos de negociarem títulos onde tenham titularidade ou de investirem em “hedge funds” ou fundos privados de capital de risco.

Segundo Damian Honey, os ramos de banca de investimento terão de vender essas unidades onde detêm posições ou então inseri-las numa entidade separada. “O cenário de pior caso poderá ser terem que desistir das suas próprias posições na negociação de títulos”, acrescentou à Bloomberg este advogado, que trabalha com os departamentos de “commodities” dos bancos há 13 anos.

As instituições financeiras de Wall Street começaram a recrutar no ano passado operadores de matérias-primas, com promessas de bónus que podiam ascender a um milhão de dólares, uma vez que a generalidade dos preços das “commodities”, do cobre ao açúcar, duplicou, relembra a Bloomberg.

Os activos de “commodities” sob gestão nos Exchange-Traded Funds (ETF, que replicam o desempenho dos índices), obrigações de médio prazo e “swaps” de índices aumentaram num valor recorde de 93 mil milhões de dólares no ano passado, para 257 mil milhões, segundo o Barclays Capital.

“As ‘commodities’ são um dos dois melhores negócios que temos actualmente”, comentou recentemente um responsável do Morgan Stanley, Colm Kelleher, à Bloomberg.

“São os bancos com um forte segmento de retalho e que também negoceiam activos próprios que vão ser mais atentamente supervisionados por Obama”, referiu ainda Damian Honey. “Obama não quer, no futuro, ter de resgatar um banco que perdeu dinheiro devido à natureza arriscada, e já conhecida, da negociação de títulos nos quais se tem titularidade”, acrescentou.

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