O Crédit Agricole anunciou hoje a sua primeira perda trimestral desde 2001, altura em que foi nacionalizado, depois de ter somado as amortizações de activos devido à crise no mercado de crédito imobiliário de alto-risco que teve início nos EUA.

O banco francês terminou o quarto trimestre com perdas de 857 milhões de euros.

Este prejuízo compara com os lucros de 1,1 mil milhões de euros registado um ano antes. Os analistas contactados pela agência Bloomberg estimavam uma perda, neste período, de 554 milhões de euros. Ainda assim o banco anunciou que vai aumentar o seu dividendo em 4,3% para 1,20 euros por acção.

O banco revelou, também, que os lucros, excluindo o impacto da crise do "subprime", teria sido de 1,29 mil milhões de euros.

"Os resultados foram afectados por uma crise sem precedentes nos mercados de crédito", afirmou o responsável financeiro, Bertrand Badre, numa "conference call" citada pela agência Bloomberg.

Devido a estas amortizações de activos, a unidade de banco de investimento do Crédit Agricole registou uma perda de 1,9 mil milhões de euros no trimestre, o que compara com o lucro de 255 milhões de euros obtidos um ano antes.

"É um conjunto de resultados desanimadores, mas o mercado talvez sinta que estes são o último conjunto de depreciações", referiu Clemence Bounaix, analista no Richelieu Finance, citado pela agência Bloomberg, que acrescentou "os riscos e as exposições são agora conhecidos e o mercado sente que pode virar a página".

O Crédit Agricole veio agora juntar-se aos bancos mundiais que registaram perdas relativas à amortização de activos relacionadas com a crise do mercado de crédito imobiliário de alto-risco.