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Construtores automóveis europeus pedem "medidas de ajuda urgentes" a Bruxelas

A associação considera que não pode cumprir o endurecimento das normas de emissão de CO2 em 2025, nomeadamente devido à erosão das vendas de automóveis elétricos.

Nas indústrias nacionais, há menos empresas preparadas para aumentar investimento neste ano.
João Cortesão
19 de Setembro de 2024 às 11:33
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A maioria dos construtores automóveis europeus apresentou um pedido formal a Bruxelas de "medidas de ajuda urgentes" para fazer face ao endurecimento das normas de emissão de CO2 em 2025, foi anunciado esta quinta-feira.

Num comunicado divulgado, a Associação dos Construtores Europeus de Automóveis (ACEA), que já não inclui o grupo Stellantis, "apela às instituições europeias para que proponham medidas de ajuda urgentes antes da entrada em vigor dos novos objetivos de CO2 para os automóveis e as carrinhas em 2025".

A associação considera que não pode cumprir o endurecimento das normas de emissão de CO2 em 2025, nomeadamente devido à erosão das vendas de automóveis elétricos.

Graças à expansão dos veículos elétricos e à melhoria dos motores de combustão, os construtores automóveis têm cumprido até agora a norma CAFE (Corporate Average Fuel Economy), que os obriga a respeitar uma média anual de emissões por carro vendido, sob pena de pesadas multas.

Mas o declínio constante das vendas de automóveis elétricos desde o final de 2023 (12,6% das vendas na Europa nos últimos doze meses, em comparação com 13,6% um ano antes) complica as coisas.

"Estamos a desempenhar o nosso papel na transição" através da eletrificação dos veículos, mas "faltam-nos as condições essenciais para estimular a produção e a adoção de veículos com emissões zero: infraestruturas de recarga e distribuição de hidrogénio, bem como um ambiente de produção competitivo, energia verde acessível, incentivos fiscais e subsídios à compra, e um fornecimento seguro de matérias-primas, hidrogénio e baterias", dizem os fabricantes.

"Esta situação levanta a perspetiva assustadora de multas de vários milhares de milhões de euros, que poderiam ser mais bem investidas na transição para a neutralidade carbónica, ou as de cortes desnecessários na produção, perda de postos de trabalho e enfraquecimento da cadeia de abastecimento e de valor europeia", alertam os fabricantes.

"Exortamos a Comissão Europeia a antecipar para 2025 as revisões dos regulamentos relativos ao CO2 para os veículos ligeiros e pesados, atualmente previstas para 2026 e 2027, respetivamente", acrescenta a ACEA, presidida por Luca de Meo, patrão da Renault.

Este apelo surge no mesmo dia em que a ACEA divulgou uma queda acentuada nas vendas de automóveis elétricos em agosto, com a quota de mercado a descer quase um terço, e uma queda (de 18,3%) nos registos de automóveis novos em agosto na UE.

Estes números são também tornados públicos no mesmo dia em que o vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pelo comércio, Valdis Dombrovskis, se reúne em Bruxelas com o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, para discutir as tarifas que o executivo comunitário pretende impor aos veículos elétricos chineses, uma questão que divide a UE-27.
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