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Companhias com Boeing 737 MAX devem inspecionar aviões “o mais rápido possível"
A Administração Federal da Aviação dos Estados Unidos (FAA) recomenda a verificação dos parafusos nas portas de fuselagem de todas estas aeronaves para garantir a devida segurança, depois de algumas operadoras descobrirem peças mal apertadas.
A recomendação de inspeção de segurança aos Boeing 737 MAX, emitida pela Administração Federal da Aviação dos Estados Unidos (FAA), estende-se agora a todas as operadoras que tenham na sua frota este modelo de aeronave.
A decisão surge depois do incidente do passado dia 5 de janeiro, quando, durante um voo da companhia Alaska Airlines, a porta esquerda do Boeing 737 MAX 9 se soltou da cabine em pleno voo, causando a queda de uma janela e de um pedaço da fuselagem e a despressurização da aeronave. O avião aterrou de emergência passados 35 minutos, sem registo de feridos.
Dois dias depois, a FAA emitiu um "Alerta de Segurança para Operadores" e anunciou que iria inspecionar de forma "imediata" 171 aviões da Boeing antes de voltarem a operar nos Estados Unidos.
Passadas 48 horas, a United Airlines, com uma frota de 79 aviões deste modelo, anunciou ter encontrado parafusos soltos durante a verificação ordenada. O mesmo comunicou a Alaska Airlines uns dias depois. As duas companhias, as únicas dos Estados Unidos que operam o modelo em causa, tiveram de cancelar milhares de voos este mês devido à inspeção.
No seguimento destes acontecimentos, a FAA recomenda agora que todas as transportadoras aéreas que operem os Boeing 737 MAX executem "partes importantes de um procedimento de manutenção" da aeronave, relacionado com os quatro parafusos que fixam o "plug" da porta à fuselagem "o mais rápido possível".
Também se aconselha à inspeção do modelo 737-900ER, que não faz parte da frota MAX mais recente, mas tem o mesmo design opcional de "plug" de porta, que permite adicionar uma porta de saída de emergência extra quando as transportadoras instalam mais assentos nas aeronaves.
Ao contrário do MAX 9, um avião novo com baixo número de voos, as aeronaves 737-900ER têm mais de 11 milhões de horas de operação e quase quatro milhões de ciclos de voo.
A Boeing, que produziu o 737-900ER pela primeira vez em 2007 e o último em 2019, afirmou "apoiar totalmente a FAA" neste procedimento.
Os aviões vão continuar parados até que se verifique "que são seguros para voltar ao serviço", anunciou a Administração Federal de Aviação do país.
A United Airlines estendeu o cancelamento dos voos com este modelo até 26 de janeiro. Já a Alasca Airlines, cujos aviões MAX representam 20% da frota, suspendeu anteriormente todas as viagens até este domingo, 21 de janeiro, mas não comentou por quanto tempo vai prolongar esta data.
A FAA está no processo de "descobrir como restaurar a confiança na integra dessas portas", disse à Reuters o administrador da FAA, Mike Whitaker.
Desde o início do ano, as ações da Boeing caíram 17,5% e esta segunda-feira, 22 de janeiro, registaram uma queda de 2,5%.
*Notícia editada por Cláudia Arsénio