Saltos altos no final do tempo frio e rasos à entrada na canícula. Um sentimento de incerteza apoderou-se dos industriais portugueses de calçado. Reconhecem que há mais de um ano que não tinham tantas encomendas, mas também há muitos anos que não se mostravam tão pessimistas relativamente ao futuro imediato.

É este o quadro bipolar que resulta da leitura da última análise trimestral de conjuntura da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS).

De acordo com esta boletim, o segundo trimestre deste ano "correu favoravelmente" em termos de carteira global de encomendas: 44% dos inquiridos disse que estabilizou e 30% que aumentou, havendo 26% a responder que diminuiu.

Acontece que o saldo entre as empresas que registaram um aumento e as que sofreram uma redução de encomendas foi positivo em três pontos percentuais, "o que aconteceu pela primeira vez desde o início de 2008", frisa a associação do sector.