A Caja de Ahorros de Astúrias (Cajastur) controla 2,714% do capital e 2,715% dos direitos de voto da Portucel, depois de ter adquirido, à Sonae, cerca de 1% do capital da papeleira.

Em comunicado, a Cajastur, conforme tinha noticiado o Jornal de Negócios, adquiriu, em bolsa, no passado, dia 1 de Outubro,7.603.980 acções da Portucel, o que corresponde a 0,99% do capital e a 0,9908% dos direitos de voto. Nesse dia, a Sonae anunciou a venda de 4,89% do capital na Portucel.

Do lote de acções vendidas correspondentes a 37,5 milhões, a Sonae vendeu 4% à sociedade Lunimo, cujos proprietários são Alberto Teixeira e Pinto de Sousa que também controlam a Ibersol e o restante à Cajastur.

A espanhola Cajastur passou, assim, a deter 20.836.764 acções, representativas de 2,714% do capital ou 2,715% dos direitos de voto da Portucel.

A alienação de parte da posição da Sonae é vista como uma forma de ultrapassar a blindagem de estatutos na papeleira que somente permite que um accionista vote com 25% dos direitos de voto.

A Sonae, no limite temporal, vendeu cerca de 5% a duas entidades distintas e poderá, desta forma, bloquear a entrada do novo parceiro na Portucel na próxima assembleia geral de 14 de Outubro.

Pinto de Sousa, ex-colaborador da Sonae descarta qualquer concertação com a Sonae na próxima AG.

Juntas, as posições da Sonae, Cajastur e Lumino somam 32%, perto da minoria de bloqueio necessário de 33,33%.

A reunião de accionistas vai deliberar sobre um aumento de capital até 400 milhões de euros para ser subscrito por um novo accionista escolhido no âmbito do processo de privatização. O consórcio Cofina/Lecta é tido como o potencial vencedor do concurso.

A Cofina é proprietária do Canal de Negócios e do Jornal de Negócios.

As acções da Portucel cotavam inalteradas nos 1,31 euros, enquanto a Sonae aço cotar nos 0,56 euros subia 1,82%. A Cofina seguia a cair 0,42% para os 2,38 euros.