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Cadilhe culpa Governo e Banco de Portugal

A "radical nacionalização" do Banco Português de Negócios (BPN) está assente numa "falha de Estado", fruto da "grave e demorada falha de supervisão" que "durante anos" deixou a instituição chegar à situação actual, acusou Miguel Cadilhe, presidente do grupo, que rotulou de "política" a nacionalização. "A nosso ver, o Governo quis, preferiu, optou, não se viu obrigado".

04 de Novembro de 2008 às 07:38
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A "radical nacionalização" do Banco Português de Negócios (BPN) está assente numa "falha de Estado", fruto da "grave e demorada falha de supervisão" que "durante anos" deixou a instituição chegar à situação actual, acusou Miguel Cadilhe, presidente do grupo, que rotulou de "política" a nacionalização. "A nosso ver, o Governo quis, preferiu, optou, não se viu obrigado".

Em conferência de imprensa, sublinhou não entender as razões que levaram o Governo a "tomar conta" do BPN, até porque "é uma entorse (...) quando refere que não foi possível concretizar os aumentos de capital privado", operações que "estavam programadas", mas em que uma das tranches "foi adiada por razões de incerteza quanto à deliberação do Governo sobre a nossa proposta estrutural".

E acrescenta: "nenhum accionista aceitaria injectar capital a 31 de Outubro para vê-lo nacionalizado a 2 de Novembro". A administração do banco "entendia, e entende, que se podia regenerar o BPN".

Cadilhe comunicou que não irá ficar à frente do BPN. "Fico até a nacionalização estar consumada e depois coloco o lugar à disposição". O responsável não duvida, aliás, de que "a nacionalização vai exigir muito mais capital público do que exigiria a nossa proposta", que era o Estado ficar com acções preferenciais do BPN sem voto no valor de 600 milhões e que seriam remuneradas.

Com a opção tomada, "o Governo veio criar ou agravar problemas no seio do grupo SLN", criticou ainda, questionando Teixeira dos Santos sobre se "ponderou devidamente" no facto de apenas um terço dos 6.500 empregados da SLN estar afecto ao BPN - a nacionalização cobre apenas o banco.

Sobre os trabalhadores e negócios não incluídos na operação, Cadilhe apontou ao Negócios, já após a conferência, que "vê com grandes dificuldades" o futuro destes, ainda que passando uma mensagem positiva: "Claro que sim [têm futuro]".

Miguel Cadilhe acusou o Governo de omitir e mentir na proposta de nacionalização que enviou à Assembleia. "Não é verdade" que foram as inspecções do banco central a detectar as imparidades [não contabilização de perdas]. Segundo Cadilhe, foi "omitido" que tal foi descoberto pelas auditorias externas ordenadas por si.

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