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Bruxelas rejeita fusão entre Alstom e Siemens
As autoridades europeias consideram que as duas empresas não adotaram as medidas necessárias para que esta fusão fosse concretizada.
As autoridades europeias rejeitaram a fusão entre a Alstom e Siemens. A decisão foi anunciada esta quarta-feira, 6 de fevereiro, depois de a União Europeia ter considerado que as duas empresas não tomaram as medidas necessárias para que esta operação pudesse ser concretizada.
"Milhões de passageiros em toda a Europa dependem diariamente de comboios modernos e seguros. A Siemens e a Alstom são ambas líderes no setor ferroviário. Sem remédios suficientes, esta fusão resultaria em preços mais elevados para os sistemas de sinalização que mantêm os passageiros seguros e para a próxima geração de comboios ultra rápidos", afirma Margrethe Vestager, comissária europeia para a Concorrência, num comunicado divulgado esta quarta-feira.
#mergers @EU_Commission prohibits Siemens’ proposed acquisition of Alstom. Since the parties were not willing to offer adequate remedies to address the concerns, the Commission blocked the merger to protect competition in the European railway industry. https://t.co/5neK7Kjy31 pic.twitter.com/8nNWstM1lp
— Ricardo Cardoso (@RCardosoEU) February 6, 2019
De acordo com a comissária europeia, esta operação "iria reduzir significativamente a concorrência, privando os clientes, incluindo operadores ferroviários e gestores de infraestruturas ferroviários, de uma escolha a nível dos fornecedores e produtos".
No mês de janeiro, fonte próxima do processo já tinha sinalizado que este negócio podia não vir a concretizar-se. Isto porque as cedências, avançadas a 25 de janeiro pela Bloomberg, já vieram tarde e ficaram aquém das medidas que Vestager exigia para aprovar a fusão.
O ministro da Economia e Finanças francês, Bruno Le Maire, também já tinha afirmado esta quarta-feira que as autoridades da União Europeia se estavam a preparar para rejeitar uma fusão entre as duas empresas.
Bruno Le Maire disse ainda considerar a decisão como "um erro económico", já que "servirá os interesses económicos e industriais da China". Para o ministro, "esta decisão impede que a Alstom e a Siemens tenham o mesmo peso que o seu concorrente chinês".
Bruxelas tinha até este mês para decidir sobre o projeto de fusão dos grupos francês e alemão. Foi em setembro de 2017 que as duas empresas anunciaram ter chegado a acordo para a fusão das suas respetivas atividades ferroviárias.
No âmbito deste acordo, a Siemens iria transferir o fabrico das suas carruagens de comboios e metro de superfície e equipamento de sinalização para a Alstom, em troca de uma participação de 50% na nova empresa resultante da fusão, como avançou, à data, a Bloomberg.
(Notícia atualizada às 11:10 com mais informação)