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Brisa foi um dos clientes do BES favorecidos por Manuel Pinho

No despacho de acusação do Ministério Público, é mencionado que o ex-ministro de José Sócrates terá favorecido a Brisa "pelo facto de o grupo Mello ser um dos três maiores clientes do BES e qualquer problema com empresas desse grupo se repercutir, natural e negativamente, no BES". 

Segundo a Brisa, nos últimos cinco anos as principais empresas do grupo entregaram cerca de 1.260 milhões de euros de impostos ao Estado.
João Miguel Rodrigues
16 de Dezembro de 2022 às 10:28
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A Brisa foi uma das empresas beneficiadas pelo antigo ministro da Economia Manuel Pinho, enquanto cliente do Banco Espírito Santo (BES), revela esta sexta-feira o jornal Público, com base no despacho de acusação que o Ministério Público proferiu nesta quinta-feira contra o antigo governante socialista. 

No despacho, é mencionado que o ex-ministro da Economia de José Sócrates terá ajudado a reforçar a participação da Brisa na Auto-estradas do Atlântico (AEA), de 10% para 50%, por 107 milhões de euros, procurando resolver assim o problema daquela que era um dos "maiores devedores do BES", o grupo Brisa. Além disso, deu à Brisa, que já tinha a concessão da A1, o controlo da A8, que estava nas mãos da AEA.

Dada a proximidade entre o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, o Ministério Público acredita que o ex-ministro atuou em benefício da concessionária da família Mello, acabando por reverter a decisão da Autoridade da Concorrência, "pelo facto de o grupo Mello ser um dos três maiores clientes do BES e qualquer problema com empresas desse grupo se repercutir, natural e negativamente, no BES".  


O antigo ministro está acusado pelo Ministério Público de dois crimes de corrupção passiva, um de branqueamento e um de fraude fiscal. Já antigo banqueiro Ricardo Salgado está acusado dois crimes de corrupção ativa e um de branqueamento.

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