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Brexit: Jogadores portugueses em risco na Premier League

Os portugueses como Cédric Soares e José Fonte podem ficar com estatuto de extra-comunitários na Premier League e ter de cumprir os requisitos para obter um visto de trabalho automático.

Reuters
24 de Junho de 2016 às 13:54
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A saída do Reino Unido da União Europeia vai deixar marcas numa das ligas de futebol mais competitivas do mundo: a Premier League.

Com a saída da União, um total de 161 jogadores da União Europeia, e de países como a Noruega e Suíça, arriscam ficar sem o estatuto de jogador comunitário, ficando sujeitos às regras aplicadas aos jogadores extra-comunitários. Dois terços destes jogadores não cumprem os critérios exigidos aos extra-comunitários para obterem automaticamente um visto de trabalho, segundo o The Guardian.

Olhando para o caso de dois jogadores portugueses, Cédric Soares e José Fonte, ambos do Southampton, as suas contratações poderiam não ter avançado se o Reino Unido já estivesse fora da União Europeia.

Desta forma, para conseguirem uma autorização de trabalho para uma equipa da Primeira Liga inglesa, teriam de ter jogado entre 30% a 75% dos jogos da sua selecção nos dois últimos anos, isto dependendo da classificação do país no ranking da FIFA.

Se não cumprissem estes requisitos, Cédric Soares e José Fonte não poderiam jogar pelo Southampton, clube que conta com mais nove jogadores nascidos na União Europeia. É de realçar que para os jogadores que já se encontram a jogar na Premier League, os contratos não vão sofrer alterações, apesar do Brexit.

Simultaneamente, existem também vários extra-comunitários na equipa do Sul de Inglaterra, como Maya Yoshida (Japão), Sadio Mané (Senegal), Dusan Tadic (Sérvia), Paulo Gazzaniga (Argentina), o que complicaria a vida aos dois atletas portuguesas.

Aliás, o próprio presidente da Primeira Liga inglesa veio a público dizer que os 20 clubes queriam permanecer e que deixar a União Europeia seria "incongruente" no contexto do compromisso da liga com a "abertura" para o mundo.

Vários jogadores considerados de topo, mas que não são titulares indiscutíveis na sua selecção, não obteriam uma permissão de trabalho automática, como David de Gea e Juan Mata, Morgan Schneiderlin e Anthony Martial (Manchester United), Dimitri Payet (West Ham United), Samir Nasri, Eliaquim Mangala, Jesús Navas (Manchester City), Kurt Zouma e César Azpilicueta (Chelsea).

Dos 161 jogadores comunitários da Premier League, apenas 50 cumprem estes requisitos, segundo o The Guardian. Caso não cumpram estas regras, um jogador pode ter o seu caso analisado por um painel, que vai avaliar vários factores como o valor da transferência, o salário e o número de jogos disputados nas seis maiores ligas europeias e nas competições europeias como a Liga dos Campeões e a Liga Europa.

Olhando para estes critérios, 75 jogadores dos actuais comunitários teriam condições para obter uma autorização. No entanto, existem 36 jogadores da Primeira Liga, 22% do total, que não cumprem os requisitos mínimos para obterem uma autorização de trabalho.

Caso as regras actuais se mantenham, a Premier League corre o risco de se tornar numa liga em que as equipas mais ricas vão ficar ainda mais fortes.

"Se as restrições ao emprego avançarem, então haveria um esvaziamento de talento de topo e as maiores equipas iriam dominar ainda mais", disse ao The Guardian Stefan Szymanski, perito em gestão desportiva.
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