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BPP foi apenas um dos 758 bancos da UE a desaparecer desde 2007

Em Novembro de 2008, o Banco Privado Português pediu assistência ao Banco de Portugal. Em 2011, o banco fundado por João Rendeiro está em processo de liquidação. O BPP foi o exemplo português dos 758 da União Europeia engolidos pela crise financeira.

23 de Maio de 2011 às 09:26
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Em quatro anos, a crise financeira que começou nos Estados Unidos fez desaparecer 758 bancos na União Europeia, de acordo com dados do Banco Central Europeu (BCE). Fusões, aquisições e, até, liquidações foram responsáveis pelo desaparecimento de 8,5% das instituições financeiras.

Em Portugal, também houve um banco a ser engolido pela crise financeira. Em Novembro, devido à incapacidade de fazer face aos seus compromissos, o BPP viu-se obrigado a pedir assistência ao Banco de Portugal. Agora, a instituição está em processo de liquidação.

No caso do banco liderado por João Rendeiro, a crise financeira foi apenas o rastilho que pôs a nu as dificuldades financeiras da instituição e que terão resultado, sobretudo, de várias irregularidades. Uma situação que levou os supervisores financeiros (BdP e CMVM) a abrirem contra-ordenações contra antigos responsáveis do BPP, enquanto o Ministério Público tem em curso uma investigação à instituição.

Mas entre os 758 bancos europeus que desapareceram nos últimos quatro anos – dados do BCE, citados pelo “Cinco Días”, mostram que no início de 2007 estavam registados 8.925 bancos na UE, contra 8.167 no final de Março último –, a maioria foi vítima da exposição aos activos tóxicos relacionados com o “subprime” – créditos à habitação de alto risco concedidos pela banca dos Estados Unidos.

Ainda antes do “subprime” ter ditado o colapso do norte-americano Lehman Brothers, em Setembro de 2008, já na Europa tinha caído o Northern Rock. E depois da falência da instituição norte-americana, muitos outros bancos europeus acabaram por ser adquiridos ou por protagonizar processos de fusão.

Os britânicos Lloyds e HBOS fundiram-se. O grupo bancário e segurador Fortis desintegrou-se, tendo sido repartido por várias instituições. Em Espanha, várias “cajas de ahorros” juntaram-se.

“O tamanho médio dos grupos aumentou devido às fusões bancárias. Este processo foi mais evidente nos mercados onde havia menor concentração”, explica o sócio da KPMG responsável pela área bancária em Espanha, citado pelo Cinco Días”.

Foi em França e Alemanha que maior número de bancos desapareceu. No mercado francês há hoje menos 153 instituições que antes da crise financeira, enquanto o sistema financeiro alemão conta com menos 109 bancos.

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