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BPI pode subir alvo da SAG de 1,75 para 2,00 euros
O acordo assinado ontem entre a SAG e o Santander Consumer é visto com bons olhos pelos analistas do BPI que poderão subir o preço-alvo (para 2006) das acções da empresa presidida por Pereira Coutinho para 2 euros dos anteriores 1,75 euros. O banco reiter
O acordo assinado ontem entre a SAG e o Santander Consumer é visto com bons olhos pelos analistas do BPI que poderão subir o preço-alvo (para 2006) das acções da empresa presidida por Pereira Coutinho para 2 euros dos anteriores 1,75 euros. O banco reiterou a sua recomendação «acumular» para os títulos.
A SAG e o Santander Consumer assinaram ontem um acordo de fusão dos negócios de financiamento ao consumo e sector automóvel em Portugal.
No aluguer operacional de veículos vai ser criada uma nova empresa ibérica, que vai ser controlada em 40% pela companhia presidida por João Pereira Coutinho. No âmbito deste negócio, a SAG vai exercer o direito de preferência sobre a posição que o BCP pretendia vender ao Société Générale, por 110 milhões de euros.
No aluguer operacional de viaturas, a operação vai gerar uma mais-valia de 16 milhões de euros devido à integração da Multirent na nova unidade ibérica que será constituída, num negócio que deixa em aberto a possibilidade da relação entre as duas empresas ser alargada a outras áreas e a outros países.
No que diz respeito à avaliação do negócio, este deverá ter um impacto «altamente positivo» nos accionistas da SAG, estimam analistas do BPI no seu «Iberian Daily».
Em primeiro lugar, os 100% da Multirent têm um valor de cerca de 140 milhões de euros, o que compara com a avaliação actual dos especialistas do BPI de 89 milhões de euros.
Em segundo lugar, a participação de 49,999% da SAG no Interbanco está também avaliada em 110 milhões de euros (o mesmo preço de referência estabelecido com o Banco Comercial Português) na nova empresa.
Neste sentido, «o nosso preço-alvo para 2006 para as acções da SAG iria aumentar 0,25 euros para os dois euros assumindo, por um lado, que os 110 milhões de euros da sua participação no Interbanco é um valor justo na nova empresa (Interbanco e Hispamer Portugal) e que também os activos operacionais de "leasing" do Santander em Espanha estão avaliados de forma justa», afirmam os especialistas.
SAG fortalece posição competitiva do Interbanco e Multirente e reduz perfil de risco
Os analistas sublinham que este acordo deverá permitir que a SAG «fortaleça» a posição competitiva do Interbanco e da Multirent, através da formação de uma parceria «poderosa» no sector da banca ao mesmo tempo que se expande o negócio em Espanha.
Por outro lado, é também positivo para a SAG porque «diminuiu o seu perfil de risco, reduzindo o peso do seu negócio de distribuição (SIVA) no total da sua actividade», acrescentam os especialistas, que acreditam que a SAG poderá «extrair mais valor das suas actividades numa parceria com o Santander do que sozinha».
Para além disso, esperam que a empresa utilize os 110 milhões de euros decorrentes da integração da Multirent no Santander para investir em áreas de rápido crescimento como é o caso da Unidas no Brasil.
Acordo deverá sustentar desempenho «mais favorável» das acções
A mesma fonte afirma ainda acreditar que este acordo vai providenciar «um aumento da visibilidade da participação da SAG no Interbanco e Multirent» e um maior potencial de crescimento no "leasing" operacional em Espanha, enquanto fortalece o seu balanço de forma a levar vantagem das oportunidades no Brasil».
Para além disso, providencia uma «melhor clarificação das afirmações financeiras da SAG uma vez que a empresa vai começar a consolidar o "leasing" operacional através do "equity method"».
Como consequência, este acordo «deverá sustentar um desempenho mais favorável das acções, levando-nos a reforçar a nossa recomendação de "acumular" para as mesmas».
As acções da SAG negociavam em subida de 1,23% para os 1,64 euros, depois de ter batido num máximo de 1,75 euros, níveis de Março de 2004.