O BPI Equity Research refere que os resultados do BES, no último trimestre de 2011, foram abaixo do que esperava para o banco e do valor para que apontavam os analistas, devido ao efeito dos resultados não recorrentes.

Nos últimos três meses de 2011, o BES teve prejuízos de 247 milhões de euros, o que ficou aquém do prejuízo de 167 milhões de euros apontavam as estimativas dos analistas e dos 153 milhões de euros de prejuízo antecipados pelo BPI.

No entanto, “a margem financeira foi uma surpresa positiva”, ao crescer 13% face ao mesmo período do ano anterior e superou as estimativas em 8%, diz a nota de análise citada pelo banco de investimento.

A nota de análise do BPI alerta para o facto de o rácio de solvabilidade “core tier 1” de 9,2% e de ainda existirem “alguns impactos negativos a serem contabilizados na segunda metade do ano.”

“No entanto, este rácio não reflecte uma perda de 76 milhões de euros com a alteração na taxa de desconto dos fundos de pensões, o impacto negativo de 147 milhões de euros relacionado com a transferência do fundo de pensões para o Estado e provisões” de 30 milhões de euros, explica a nota de análise a que o Negócios teve acesso. “Estes itens têm um impacto negativo de 39 pontos base no rácio ‘core tier 1’ do banco”, diz o BPI.

“O BES está a negociar a um preço equivalente a 0,45 vezes o seu valor contabilístico. As actuais preocupações com a crise da dívida e a já referida necessidade de capital durante 2012 impõe importantes riscos à aposta” nas acções do BES. Em resultado disso, “é provável que adie o ‘timing’ para entrar nas acções”, concluem os analistas.

As acções do BES estão a subir 1,50% para 1,35 euros e já chegaram a progredir 2,26% para 1,36 euros.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.