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Bolha dos drones rebenta e atinge startups e capital de risco

Novas empresas de drones inundaram o mercado no início da década, repletas de capital de risco em caixa e eufóricas com a visão de um novo mundo em que as aeronaves não tripuladas seriam usadas para tudo, desde a entrega de encomendas até à fertilização de terras agrícolas.

Reuters
08 de Setembro de 2019 às 11:00
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As aeronaves não tripuladas ainda são vistas como um pilar do futuro. Mas, por enquanto, todo esse entusiasmo exagerado está a levar com um balde de água fria da realidade.

Algumas das maiores startups começaram a fechar portas no ano passado, depois de queimarem centenas de milhões de dólares de capital de risco investido num setor incipiente que, apesar das previsões de forte crescimento, está a revelar um amadurecimento mais lento do que o esperado. Outras dezenas estão a ser apanhadas por uma onda de consolidação, com as empresas de drones a procurarem um nicho lucrativo num mercado em rápida mudança.

"Houve um pouco de irracionalidade em relação aos drones, um período de euforia impulsionado pela popularidade do setor", disse Kay Wackwitz, fundador e presidente do grupo de research Drone Industry Insights. "Estamos a superar isso, e as pessoas estão a voltar à realidade".

 

Enquanto startups bem estabelecidas enfrentam a crescente concorrência de pilotos independentes, que fazem cair os preços, a tecnologia chinesa avança e as empresas fora do setor dos drones implementam as suas próprias operações aéreas não tripuladas. A regulação para os drones não acompanha os avanços com a mesma rapidez e impede a expansão de muitas empresas.

A fabricante francesa Parrot anunciou em julho que planeia suspender produção da maioria das suas linhas de drones. A startup de software Airware levantou 118 milhões de dólares junto de investidores antes de fechar as portas e despedir 140 funcionários no final de 2018. A GoPro saiu do negócio dos drones e demitiu centenas de trabalhadores no ano passado, citando um mercado "extremamente competitivo".

Mas, enquanto algumas startups testam a paciência dos investidores, outras veem uma oportunidade de crescimento. Pelo menos 67 startups de drones foram vendidas desde sua fundação, de acordo com a Crunchbase, que recolhe dados de empresas privadas. Os compradores variam de operadoras rivais de drones a empresas de outros setores, como a Verizon Communications.

Novas fronteiras

A mudança está a transformar profundamente o setor nos EUA, que passou rapidamente da ênfase inicial no hardware e produção para um foco no software e serviços, como inspeção e análise de dados. Agora, empresas de serviços com uma oferta variada estão mais bem posicionadas para o futuro, fornecendo drones, voando em missões e fazendo análise dos dados para os clientes.

A PrecisionHawk, líder em serviços de drones, como inspeção e análise de dados, adquiriu cinco startups em 2018. Entre elas estão a Uplift Data Partners, que realiza inspeções de construção e imóveis; a HAZON, especializada em energia; e a Droners.io, uma rede online de pilotos independentes de drones.

Segundo o Teal Group, o capital de risco investido no setor dos drones atingiu 2,6 mil milhões de dólares entre o início de 2012 e junho de 2019. O entusiasmo começou a esfumar-se no ano passado, quando as startups fundadas no pico da euforia em torno dos drones comerciais começaram a ficar sem dinheiro, mesmo antes de darem lucro, e não conseguiram financiamento adicional.

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