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Bloqueios dos camionistas canadianos criam problemas na indústria automóvel

Com o aumento da pressão política e económica, o presidente da câmara de Windsor, Dre Dilkens, anunciou que a cidade vai procurar agir judicialmente para terminar com a ocupação de dezenas de camiões.

EPA
11 de Fevereiro de 2022 às 07:29
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O bloqueio de camiões pelos canadianos que protestam contra as restrições da covid-19 está a criar problemas na indústria automóvel, forçando a Ford, a General Motors e outras multinacionais a encerrar fábricas ou a reduzir a produção.

A demonstração de camiões do autoproclamado 'Freedom Convoy' (Comboio da Liberdade, em português) entrou no seu quarto dia hoje na Ambassador Bridge que lia Windsor (Ontário) a Detroit (estado norte-americano do Michigan), interrompendo o fluxo de peças de automóvel e outros produtos entre os Estados Unidos o Canadá.

Com o aumento da pressão política e económica, o presidente da câmara de Windsor, Dre Dilkens, anunciou que a cidade vai procurar agir judicialmente para terminar com a ocupação de dezenas de camiões. "O dano económico não é sustentável e deve acabar", disse.

A Ford disse que a sua fábrica de motores em Windsor reabriu hoje depois de ter sido encerrada na quarta-feira por falta de peças. Já a fábrica e a montadora da empresa em Oakville (Ontário), perto de Toronto, estavam a operar com capacidade reduzida, disse a multinacional.

Também a General Motors cancelou o segundo turno na quarta-feira e hoje na sua fábrica de carrinhas desportivas SUV nos arredores Lansing, no Michigan.

A Toyota disse que três das suas fábricas em Ontário, no Canadá, fecharam esta semana devido à escassez de peças, e a produção também teve de ser reduzida em Georgetown, no Kentucky.

Trabalhadores do turno da manhã numa fábrica de monovolumes em Windsor operada pela Stallantis, antiga Fiat Chrysler, foram mandados para casa mais cedo.

A governadora do Michigan, Gretchen Whitmer, pediu às autoridades canadianas para resolverem rapidamente o impasse. "Está a atingir os salários e as linhas de produção. Isso é inaceitável", avisou.

Hoje a Administração Biden instou o Governo do Canadá a usar os seus poderes federais para acabar com o bloqueio dos camiões. A Casa Branca disse que o secretário para a Segurança Interna dos Estados Unidos, Alejandro Mayorkas, e o secretário dos Transportes, Pete Buttigieg, conversaram com os seus colegas canadianos para pedir para ajudar a resolver o impasse.

Nos Estados Unidos, as autoridades estão a preparar-se para a possibilidade da ocorrência de protestos semelhantes. As autoridades francesas e belgas já proibiram bloqueios de estradas para evitar interrupções.

O Departamento de Segurança Interna norte-americano disse num comunicado enviado às agências policiais locais e estaduais que recebeu relatos de que os camionistas planeiam "bloquear estradas nas principais cidades" do país, num protesto contra a obrigatoriedade da vacinação e outras questões.

Segundo o comunicado, o comboio de camiões pode começar no sul da Califórnia já no próximo fim de semana, possivelmente para interromper o trânsito junto ao SoFi Stadium (Los Angeles), onde se vai realizar a final do campeonato de futebol americano (Super Bowl), e chegar a Washington em março a tempo para o discurso do Estado da União.

A Casa Branca, no entanto, disse que o Departamento de Segurança Interna está "a enviar pessoal adicional" para o Super Bowl, apenas por precaução.
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