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Bloomberg coloca português na lista de CEO a seguir em 2020
A Altice Europe consta de uma lista, composta por 50 cotadas, que os analistas da Bloomberg Intelligence identificam como “a seguir em 2020”. Entre os cinco CEO destacados há um português.
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São 50 as empresas que os analistas da Bloomberg Intelligence recomendam acompanhar em 2020, de acordo com a Bussinessweek. Estes analistas, que acompanham cerca de 2.000 empresas que atuam em diversos setores, identificaram as empresas que deverão lançar novos produtos ou serviços no próximo ano, que prometem fazer mexer o mercado. Mas nesta lista não estão apenas as que devem ser seguidas por indicadores positivos, constam também empresas para as quais 2020 será um ano desafiante.
Como não é de estranhar, não há qualquer cotada portuguesa entre estas empresas destacadas, mas Portugal está representado. Miguel Patrício, CEO da Kraft Heinz, é um dos cinco presidentes executivos a quem se deve prestar atenção, de acordo com a Bloomberg.
"Patrício assumiu o cargo mais alto da empresa alimentar em julho e ainda tem de apresentar o seu plano de recuperação", salientam os analistas. O responsável chega à Kraft depois de ter passado pela Anheuser-Busch InBev, onde desempenhou funções ligadas ao marketing, "para se focar na reanimação das principais marcas e tentar concretizar eficiências operacionais", realçam os mesmos analistas.
E, neste contexto, a Kraft Heinz é uma das empresas que os analistas recomendam acompanhar de perto. "A questão é saber se a nova gestão consegue executar a recuperação. O CEO Miguel Patrício tem um passado de marketing; continua por provar que consegue recuperar os fundamentais da empresa, numa indústria que luta por conseguir reinventar marcas icónicas para continuarem a ser relevantes", escreve a analista da Bloomberg Intelligence, Jennifer Bartashus, citada pela Bussinessweek.
Entre as cotadas, há duas empresas do setor automóvel: a Fiat Chrysler e a Volkswagen, empresas que enfrentam um ano de desafios, num contexto de fragilidades diferentes. No caso da Fiat, o cenário de uma fusão com a Renault, que já este ano esteve em cima da mesa, poderá regressar ou poderá ter interessados em marcas lucrativas como a Jeep e a Ram.
Quanto à Volkswagen, a empresa alemã continua a tentar recuperar do escândalo da emissão de poluentes e está a apostar nos carros elétricos. "Chave para este esforço é o ID.3, que a VW vai começar a vender em meados de 2020, com um preço inicial de cerca de 30 mil dólares para competir com o Model 3 da Tesla", salienta o analista Michael Dean.
A Altice Europe, dona da Meo em Portugal, é outra cotada que surge na lista. "As melhorias na rede e no serviço impulsionaram as probabilidades de uma recuperação sustentável em 2020, marcando uma rutura com os erros anteriores e as lacunas na qualidade da rede", consideram os analistas. "A dívida recorde está a aumentar os retornos das ações; ao reduzir a dívida e aumentar o EBITDA, a empresa procura cumprir as metas de alavancagem e, quando esta for alcançada, iniciar a recompra de ações", acredita o analista Erhan Gurses citado pela Bussinessweek.
O Facebook também consta na lista, com os analistas a acreditarem que o próximo ano deverá ser marcado por uma "descolagem dos novos negócios, com o Instagram a ser alavancado pelo ecommerce e o Messenger a expandir o alcance das histórias. As expectativas de crescimento das receitas do Facebook para 2020 estão amarradas a questões regulatórias. Baixas expectativas, comparações de crescimento mais moderadas, e os novos negócios podem levar a resultados melhores do que o esperado", admite Jitendra Waral.
Quanto aos CEO a seguir, além do português Miguel Patrício, compõem a lista Lard Friese, que assume este cargo na Aegon em maio; Philip Jansen, do BT Group; Jitse Groen, da Takeaway/Just Eat; e John Legere, da T-Mobile.