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Bill Miller regista pior performance em 26 anos

Bill Miller, gestor do fundo de investimento norte-americano Legg Mason Value Trust, que ontem disse que a crise do crédito já tinha terminado, anunciou hoje a maior queda num primeiro trimestre desde que a empresa foi criada há 26 anos, devido a exposiçõ

03 de Abril de 2008 às 17:37
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Bill Miller, gestor do fundo de investimento norte-americano Legg Mason Value Trust, que ontem disse que a crise do crédito já tinha terminado, anunciou hoje a maior queda num primeiro trimestre desde que a empresa foi criada há 26 anos, devido a exposições prolongadas a títulos como a Sprint Nextel Corp. e a apostas mais recentes, como a Bear Stearns.

O fundo de 12,2 mil milhões de dólares caiu 20%, acompanhando assim a tendência de 656 das 660 rivais que compram acções de empresas com valor de mercado acima dos 15 mil milhões de dólares, revelam os dados da Morningstar, citada pela Bloomberg. No ano passado, Miller perdeu 6,7%, incluindo dividendos, contra ganhos médios de 6,2% nos fundos de investimento afins.

O gestor terminou no final de 2006 um registo de 15 anos seguidos a bater a "performance" do Standard & Poor’s 500. Desde então, o cenário mudou e Bill Miller está pelo terceiro ano consecutivo atrás daquele índice de referência dos EUA, salienta a Bloomberg. Trata-se do seu mais longo período de perdas desde que integrou a Legg Mason, em 1981.

"É certo que foi um trimestre absolutamente abominável, mas não é possível tentar imitar Miller neste momento", disse em entrevista à Bloomberg o director do departamento de estudos sobre fundos da Morningstar, Russel Kinnel. "Miller teve muita sorte em anos recentes, em que tudo funcionava como devia de ser, mas agora ele tem estado a apostar exactamente onde ninguém quer estar", acrescentou aquele responsável.

Os activos do Legg Mason Value Trust perderam 40% no ano passado. O lucro líquido da Legg Mason no seu terceiro trimestre fiscal, terminado a 31 de Dezembro de 2007, diminuiu 11%, em parte devido aos 10,6 mil milhões de dólares em investimentos por parte dos fundos de acções, nomeadamente o Value Trust.

Miller, com 58 anos, ganhou nome ao descobrir a potencialidade de empresas como a General Motors e a Eastman Kodak, mantendo-as durante anos em carteira e recolhendo os ganhos quando outros investidores também as descobriram.

Este gestor, em entrevista – ontem publicada - à "Citywire", disse acreditar que a operação de salvamento da Bear Stearns, há duas semanas, marcava o final da crise do crédito.

Bill Miller afirmou que, ao ter conhecimento da ajuda à Bear, fez um investimento pessoal nos seus próprios fundos, coisa que, admitiu, raramente faz. Na sua opinião, a abertura da Fed a facilidades de desconto a bancos de investimento permitiu uma maior confiança e foi isso que levou à recuperação dos títulos financeiros nos mercados bolsistas há dois dias.

Miller e a sua co-gestora Mary Chris Gay atribuem actualmente a recomendação ‘overweight’ aos serviços financeiros, à tecnologia e aos produtos de consumo corrente. No sector financeiro, Miller destaca os títulos da construção residencial como uma área em que está a apostar. "Apesar de esse segmento atrair notícias negativas por parte da imprensa, estou convicto de que estes títulos estão a começar a ter um desempenho melhor", explicou à "Citywire".

Bill Miller aumentou também a exposição do seu fundo aos títulos das entidades financeiras que apresentam balanços de menor risco e que não estão expostos a produtos estruturados, como o US Bank Corporation e o Capital One. Além disso, adiantou que bancos de investimento como a Merrill Lynch e a Lehman Brothers poderão ser as próximas apostas a ter em vista.

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