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Bial vende negócio de vacinas antialérgicas à alemã Roxall

A Bial vendeu à alemã Roxall o seu negócio de imunoterapia alérgica, incluindo a unidade industrial e de I&D de Bilbau, que gerava uma facturação de 16 milhões de euros.

Bial regista ensaio mortal em França: A reputação da Bial sofreu este ano um forte abalo, após o internamento, em Janeiro, de seis pessoas que participavam, em França, num ensaio clínico de uma molécula do laboratório português. Um dos voluntários acabou por morrer e quatro sofreram lesões cerebrais. O grupo liderado por António Portela abandonou essa investigação, perdendo pelo caminho 'dezenas de milhões de euros'.
"A Bial vai concentrar a sua actividade na I&D de novos medicamentos e na expansão internacional", afirma António Portela, CEO do grupo da Trofa. .
01 de Fevereiro de 2017 às 00:01
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A farmacêutica Bial, que detém os dois únicos medicamentos desenvolvidos em Portugal e que estão em comercialização em dezenas de países, decidiu alienar a área das vacinas antialérgicas para apostar "todas as fichas" na investigação de novas soluções de tratamento nas áreas das neurociências e cardiovascular. "Vendemos à empresa alemã Roxall a unidade de negócio de imunoterapia alérgica", revelou António Portela, CEO da Bial, em entrevista ao Negócios.

A operação inclui as áreas comerciais dedicadas à alergologia em Espanha, Portugal e Itália, assim como a unidade de produção e de I&D de Bilbau, em Espanha, envolvendo cerca de uma centena de trabalhadores. "Há dois anos que a Roxall vinha insistindo na compra deste negócio, até que colocou uma oferta em cima da mesa. Depois de alguma discussão, chegamos a acordo", confidenciou o filho do "chairman" Luís Portela, sem adiantar o valor da transacção.

"Existe apenas uma dúzia de empresas de alergologia na Europa, onde há muito tempo que se fala da necessidade de haver alguma consolidação", sendo que a farmacêutica da Trofa via "com alguma dificuldade" a possibilidade de "continuar a fazer grandes investimentos nesta área".

Já a Roxall, que "está 100% focada nesta área", com operacões comerciais em vários países, "mas que subcontratam tudo", passa a deter "uma unidade industrial e de I&D, a de Bilbau".

A venda deste negócio, enfatizou o mesmo gestor, surge também como "uma oportunidade para a Bial concentrar a sua actividade na investigação e desenvolvimento de novos medicamentos para o sistema nervoso central e cardiovascular, e na sua expansão internacional". Com a alienação do pólo produtivo e de I&D em Bilbau, toda a actividade de investigação e industrial da Bial passa a estar concentrada em Portugal.  

Apesar desta operação, "o mercado espanhol continuará a ser prioritário no programa de internacionalização da Bial". É intenção da maior farmacêutica portuguesa manter a unidade de negócio de medicamentos em Espanha – que gerou uma facturação de 60 milhões de euros em 2016 –, "com uma gama de produtos centrada na neurologia, medicina interna, cardiologia e saúde da mulher" e um quadro efectivo de cerca de 170 pessoas.  

A entrada da Bial no negócio da imunoterapia alérgica remonta a 1998, quando adquiriu em Espanha a empresa Aristegui, tendo em Julho de 2010 entrado no mercado italiano com a compra da SARM. A 29 de Maio de 2012, inaugurou em Bilbau  uma unidade de produção e I&D  na área das vacinas antialérgicas e meios de diagnóstico, num investimento de 12 milhões de euros. O negócio vendido à Roxall  representou 7% (16 milhões) da facturação de 230 milhões de euros da Bial em 2016.
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