O empresário português Joe Berardo revelou à agência Lusa que está a estudar investimentos no sector das energias renováveis na China e nos Estados Unidos da América, para entrar no mercado mundial de licenças de emissão de carbono.

Joe Berardo afirmou que o sector das energias renováveis está "florescente", devido à existência do mercado de licenças de emissão de carbono, que podem ser atribuídas às empresas que desenvolverem projectos de energias renováveis, ou limpas, em países em via de desenvolvimento.

As empresas que produzem energia a partir de fontes renováveis vão poder vender os créditos que têm às empresas que emitem dióxido de carbono (CO2), através dos designados mecanismos de desenvolvimento limpo (MDM).

"É o que toda a gente [os produtores de energia que utilizam fontes poluentes] quer", frisou Berardo.Recentemente, o investidor anunciou que tomou uma posição no capital da Polaris Geothermal, empresa que tem uma central de produção de energia geotérmica na Nicarágua.

"Nos Estados Unidos, estamos agora a analisar um projecto semelhante àquele em que investimos na Nicarágua", revelou Berardo à agência Lusa.

Na China, o projecto que está a ser analisado é na área da produção de energia eólica, adiantou. Joe Berardo defende que "o futuro são as energias limpas" e que "não há alternativa" no sector senão a de investir em projectos desta natureza.

Investimentos no sector da energia em Portugal estão, neste momento, fora da carteira de Berardo que, no entanto, não excluir a possibilidade de regressar ao capital da EDP - Energias de Portugal, que, diz, está a trabalhar bem.

"Infelizmente, ainda não tenho investimentos na área da energia em Portugal", diz, mas não descarta a possibilidade de voltar a entrar no capital da EDP, cujo projecto actual elogia.

"A EDP iniciou um processo muito interessante para mim, que é o da energia eólica, e espero que no futuro se torne numa grande empresa de energia limpa na Europa", sublinhou.

Questionado sobre a possibilidade de investir na eléctrica liderada por António Mexia, Berardo diz que não pode entrar em todas as cotadas, mas que acompanha a empresa. "Não posso estar em todo o lado", diz, mas sublinha que acompanha "o progresso da companhia [EDP]" com interesse.

"Estão [a EDP] a fazer um bom trabalho", louva. O empresário explicita que a estratégia da EDP de investir em energias renováveis está certa, porque lhe permitira ter crédito para emissões de dióxido de carbono."Ao produzirem energia limpa, não têm depois que ir ao mercado comprar créditos", aponta.